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Transportadores alertam para subida de preços de produtos

Lusa
21 de janeiro de 2022

Federação Moçambicana das Associações dos Transportes Rodoviários (Fematro) alertou hoje para subida do preço de produtos, devido as taxas de portagens sem descontos para transportes de mercadoria na circular de Maputo.

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Konvois zwischen der Save-Brücke und Muxúnguè
Foto ilustrativaFoto: DW/E. Valoi

"Isto é uma cadeia, o [preço do] frete vai subir e, automaticamente, o produto também terá de subir. Nesse processo quem paga é o consumidor final", disse esta sexta-feira à Lusa Castigo Nhamane, presidente da Federação Moçambicana das Associações dos Transportes Rodoviários (Fematro).

Ao longo de cerca de 70 quilómetros de via que serve as cidades de Maputo, Matola e o distrito de Marracuene foram instaladas quatro praças de portagem, que vão começar a ser cobradas a partir de 1 de fevereiro, anunciou a empresa concessionária, Rede Viária de Moçambique (Revimo).

Transportadores de carga sem descontos

Os preços variam entre 40 meticais (55 cêntimos de euro) para ligeiros e 580 meticais (oito euros) para pesados, com descontos que vão até 75% para transportes coletivos e 60% para utilizadores frequentes.

Os descontos não abrangem os transportadores de mercadoria, uma medida que a Fematro considera que vai influenciar no aumento dos preços dos produtos transportados.

"Os transportadores de mercadoria vão ter de agravar aquilo que cobram aos seus clientes" e isso vai "refletir-se no resto", frisou a Fematro, sugerindo que se façam também descontos para os transportes de carga.

Adriano Nuvunga
Adriano Nuvunga, diretor do CDD, ONG que se tem destacado na luta contra as portagens da circular de MaputoFoto: DW

 "A farinha de trigo, por exemplo, sai de um ponto em que precisa atravessar algumas portagens para alimentar a zona metropolitana. Caso o seu preço aumente, isso pode refletir-se no preço do pão", destacou.

Exigências da sociedade civil

As portagens na estrada circular de Maputo e as respetivas taxas são contestadas por organizações da sociedade civil e pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido parlamentar, que defende a redução para 50% do valor das taxas cobradas e a criação de vias alternativas para "salvaguardar o princípio de igualdade".

A organização não-governamental (ONG) moçambicana Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD) submeteu um requerimento ao Tribunal Administrativo para a suspensão das portagens.

Além do CDD, uma outra ONG, o Centro de Integridade Pública (CIP), disse na segunda-feira (17.01) que os moçambicanos podem recusar-se a pagar as portagens, alegando "inconstitucionalidade e ilegalidades".

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