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Reeleição de Mugabe é destaque nos jornais alemães

Pessoa, Marcio Americo Vieira23 de agosto de 2013

Imprensa alemã destacou na semana o ceticismo sobre a alegada morte do líder da Boko Haram. A parceria do Facebook com a Samsung para aumentar os acessos à Internet em África foi outro tema abordado.

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A imprensa alemã destacou nesta semana o conflito do Governo nigeriano e a seita extremista Boko Haram. O Frankfurter Allgemeine Zeitung publicou que, na Nigéria, existe um certo ceticismo sobre os sucessos militares divulgados pelo próprio exército. A matéria assinada por Thomas Scheen se refere especificamente a informação de que o líder da Boko Haram, Abubakar Shekau, estaria morto.

Um porta-voz de um destacamento do Exército Nigeriano no Norte divulgou o comunicado, afirmando que Shekau teria sido ferido em um confronto no dia 30 de junho e morrido entre 15 de julho e 3 de agosto nos Camarões em função do agravamento de seus ferimentos.

Um porta-voz do alto escalão do exército nigeriano, porém, não quis falar sobre o tema, adiantando que "alguém iria confirmar a informação".

Outro jornal que também abordou a insegurança da informação foi o Neue Zürcher Zeitung, através do correspondente em Nairobi, Markus Haefliger. A matéria ressalta que a principal desconfiança vem da própria imprensa nigeriana.

A questão é que não se sabe se o porta-voz do destacamento militar do Norte teria se baseado em informações de inteligência de prisioneiros, se ele foi uma testemunha ocular ou se tem provas materiais da morte de Shekau.

A montanha das petrolíferas

Outro destaque da imprensa alemã sobre África foi a cerimônia de posse de Robert Mugabe para o seu sétimo mandato à frente do Governo do Zimbábue. O Frankfurter Allgemeine Zeitung ressaltou que a festa, realizada em um estádio de futebol em Harare, atraiu muitos apoiantes e 40 chefes de Estado, na quinta-feira (22/8), dia que foi declarado feriado nacional.

O texto faz menção sobre a ausência do oposicionista Morgan Tsvangirai à cerimônia, através das palavras de Luke Tamborinyoka, porta-voz do Movimento para a Mudança Democrática (MDC): "seria como se a vítima fosse para a festa do ladrão", disse. Tsvangirai alega que as eleições foram fraudulentas. A matéria também destaca a presença do presidente congolês Joseph Kabila, da Tanzânia, Jakaya Kikwete, e da Namíbia, Pohamba Hifikipunye, entre outros.

O Die Welt escreve sobre o diretor de cinema camaronês, Jean-Pierre Bekolo, que abriu um debate em uma entrevista dada para o jornal intelectual camaronês "Chimurenga Chronic", onde lança a ideia do "retorno dos brancos". O jornalista Andreas Eckert relata que Bekolo questiona na verdade se a África não conseguirá mesmo se desenvolver sozinha.

Ele diz: "vamos encarar os fatos, nós não conseguimos fazer disto uma tarefa fácil. Nós dependemos dos brancos." No texto Bekolo critica a ajuda ao desenvolvimento, que acabaria, segundo ele, oferecendo recursos para governantes tiranos e favorecendo indiretamente as elites.

Internet para todos

O Berliner Zeitung noticiou o interesse do Facebook e da Samsung em fechar uma parceria para fazer com que os países em desenvolvimento tenham acesso mais barato às redes sociais. A matéria relata que o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, quer continar expandindo o seu negócio, entretanto não identifica muito mais potencial de crescimento nos países ocidentais.

A ideia do jovem empresário é alcançar as pessoas que querem ingressar na mídia social, mas não contam com bom acesso à Internet. Isto significa fazer com que mais pessoas estejam online. Este grupo de pessoas que não consegue acessar à Internet representaria aproximadamente dois terços da população mundial que estão basicamente nos países em desenvolvimento.

O Die Zeit publicou a situação dos gorilas na República Democrática do Congo, ameaçados de extinção. "Ao invés de turistas, chegam grandes mega-empresas petrolíferas nas regiões onde vivem os animais", escreve o jornal.

A matéria reflete sobre o fato de, apesar de todas as dificuldades e conflitos enfrentados pelo país, turistas lentamente começam a visitar a região dos gorilas.

A organização ambiental WWF estima que o turismo no parque nacional do Virunga poderia gerar anualmente mais de 175 milhões de euros. Mas isto não estaria nos planos das corporações internacionais de petróleo, que pretendem explorar a região nos próximos anos. O parque é patrimônio da humanidade pela UNESCO e é protegido pela lei, mas o governo de Joseph Kabila quer publicar para a empresa britânica Soco uma licença especial.