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TurismoÁfrica

Quando voltam os aviões africanos a descolar?

Martina Schwikowski | tms
14 de julho de 2020

A aviação comercial de passageiros é um dos setores mais prejudicados pela pandemia de Covid-19 no mundo. Em África, o tráfego de aviões voltou a crescer em junho. É seguro voar? Especialistas dizem que sim.

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Afrika Airlines | Südafrika - South African Airways
Foto: picture-alliance/M. Mainka

Na África do Sul, a maioria das linhas aéreas já voltou a voar no país, incluindo quatro companhias de baixo custo. Entre elas está a Mango Airlines, filiada à companhia aérea nacional South African Airways (SAA).

A companhia de bandeira sul-africana entrou com um pedido de proteção contra falência, em dezembro de 2019, antes do surto de coronavírus.

Em abril de 2020, o Governo sul-africano decidiu que não continuaria a financiar a companhia aérea. Segundo as autoridades, o Estado não iria mais injetar dinheiro na companhia, que não dá lucro desde 2011. E eram necessários fundos para combater a pandemia de Covid-19.

Afrika Airlines | Kenia - Internationaler Flughafen Jomo Kenyatta in Nairobi
Trabalhos de manutenção no Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta, em Nairobi, QuéniaFoto: Getty Images/AFP/T. Karumba

Nova companhia

Entretanto, o especialista em aviação sul-africano Phuthego Mojapelo explica que a South African Airways tem um plano para se manter no ar. "A South Africa Airways está a desenvolver um plano para iniciar uma nova companhia aérea, a SAA 2.0. Esse plano ainda está com os sindicatos e credores, que precisam votá-lo", explica.

A crise na South African deixa uma lacuna no setor da aviação civil de África. Juntamente com a Ethiopian Airlines e a Kenya Airways, a companhia sul-africana é uma das maiores da África Subsaariana.

A Kenya Airways também sofreu perdas significativas e está atualmente em processo de nacionalização. A Ethiopian Airlines, a mais estável das três grandes companhias aéreas africanas, já tinha sinalizado uma perda de 550 milhões de dólares em abril deste ano, devido à crise da Covid-19.

De acordo com a Associação Internacional de Aviação Civil, as companhias aéreas africanas correm o risco de perder seis mil milhões de dólares em receita, em comparação com 2019, e até três milhões de empregos.

Afrika Airlines | Südafrika - South African Airways
Em abril, os passageiros da South African Airways eram obrigados a medir a temperatura antes de embarcarFoto: picture-alliance/Pedro Portal/M. Herald

Voar é seguro?

Mas agora os voos de longo curso estão novamente disponíveis: Ethiopian Airlines e Kenya Airways planeiam voar para Paris, Genebra e Bruxelas novamente este mês - embora com frequência reduzida.

Poderá a retoma dos voos contribuir para a propagação da Covid-19? O especialista sul-africano Phuthego Mojapelo está otimista e diz que é seguro voar. "A maioria das nossas aeronaves em África é equipada com HEPA, o filtro de alta eficiência, que faz com que o vírus não sobreviva nos aviões. Isso foi muito divulgado pelo Ministro dos Transportes da África do Sul." 

Na Alemanha, o especialista em aviação Cord Schellenberg também acredita que o ambiente dentro de uma aeronave representa muito pouco perigo para os passageiros. "Em todo o mundo, as companhias aéreas vão garantir que as pessoas mantêm a distância no solo, durante o check-in, no portão de embarque e no balcão de bagagem", acrescenta.

Entretanto, as companhias aéreas partem do princípio de que levará algum tempo para a economia retornar aos níveis pré-pandémicos, o que pode ter um impacto nos preços dos bilhetes.

Segundo o especialista alemão, o preço de uma viagem aérea é uma ferramenta importante que pode atrair viajantes. Cord Schellenberg espera que os preços dos bilhetes sejam mais baratos para aumentar a procura de viagens a África.