Nyusi está no Ruanda para reforçar cooperação bilateral
16 de maio de 2024"À margem da cimeira, o Presidente da República irá manter um encontro com o seu homólogo ruandês, Paul Kagame, para trocar impressões sobre o reforço das relações de cooperação bilateral", anunciou a Presidência de Moçambique, num documento enviado à comunicação social.
No fórum, Filipe Nyusi vai moderar um painel sob o lema "Investir em Moçambique", no âmbito da visita de trabalho que realiza àquele país até sexta-feira. Participam no debate Paul Kagame e o presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné.
A multinacional francesa tem em curso a construção de uma central, nas proximidades de Palma, para produção e exportação de gás natural, avaliada em 20 mil milhões de dólares (cerca de 18,6 mil milhões de euros), projeto suspenso desde 2021 devido aos ataques terroristas.
"Temos feito progressos com os fornecedores, com os diferentes empreiteiros, incluindo na parte dos custos, eles ouviram a nossa mensagem, querem reativar o projeto, e estamos agora na parte de reativação do financiamento global, o que deve acontecer nos próximos meses", disse, em 7 de fevereiro último, o presidente da TotalEnergies.
O chefe de Estado moçambicano viajou até ao Ruanda acompanhado pelo ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, e pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel Gonçalves.
Ruanda admite reforçar contingente
A visita de Filipe Nyusi ocorre numa altura em que o Ruanda admitiu a possibilidade de reforçar o atual contingente militar de mais de 2.000 homens que está em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, face à saída em curso, prevista até julho, da missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que também apoia o combate à insurgência armada naquela província.
Questionado em abril sobre a disponibilidade do Ruanda, o Presidente de Moçambique não quis avançar detalhes. "Não vamos expor como é que nós vamos trabalhar lá", disse, em 18 de abril, Filipe Nyusi, garantindo apenas que Moçambique está na fase de capacitação das Forças de Defesa e Segurança nacional, ao mesmo tempo que decorre a "assistência humanitária" e a "reconstrução daquelas zonas onde estão destruídas".
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico, que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da SADC, libertando distritos junto aos projetos de gás.