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Segurança alimentarMoçambique

Maputo: Chuvas intensas encarecem alimentos

12 de abril de 2024

Faltam produtos nacionais nos mercados da capital moçambicana depois das chuvas intensas que inundaram as áreas de produção no sul do país. Com as estradas destruídas, é difícil transportar alimentos para os mercados.

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Faltam produtos nacionais nos mercados de Maputo devido às chuvas intensas que inundaram áreas de produção no sul
Foto: Romeu da Silva/DW

A escassez de produtos nacionais está a afetar os mercados da capital moçambicana, Maputo, depois das chuvas intensas registadas no país. Os preços de produtos como a batata, a cebola e o tomate - os mais procurados na capital - subiram acentuadamente.

No maior mercado informal de Xikeleni, a vendedora Cristina Mabote explica que um saco de batata chega a custar, no mercado grossista, quase o equivalente a seis euros. Para lucrar, tem de vender a um preço acima do habitual e os clientes reclamam: "Há escassez de batata e nem todos aguentam comprar, porque está caro. Compro batata e chego aqui para vender a 450 meticais (cerca de seis euros). Então, não há compra de batata", desabafou.

A vendedora Cristina Mabote diz à DW que um saco de batata está a custar quase 450 meticais (cerca de seis euros)
A vendedora Cristina Mabote diz à DW que um saco de batata está a custar quase 450 meticais (cerca de seis euros) Foto: Romeu da Silva/DW

Campos alagados

No mesmo mercado, encontramos Elisabeth Cossa. Ela vende tomate e diz que não há alternativa senão aumentar os preços: "O tomate está muito caro, está a 1.250 meticais [18,30 euros] enquanto antes estava abaixo de mil [meticais, 14,70 euros]".

A vendedora Verónica Mabasso justifica a alteração de preços com as chuvas.

"Quando choveu, os campos agrícolas ficaram inundados e não conseguimos tirar o produto. Mas, como estamos aqui, não temos alternativa. E veja que não há muito [tomate] aqui [para vender], porque não conseguimos tirar."

Praticamente, "não há tomate nacional", diz António Macuvele, trabalhador no mercado do Zimpeto. O tomate vem sobretudo da África do Sul. Em relação à batata, "houve escassez", mas a situação melhorou um pouco e "esta semana já está a entrar" no mercado, explica Macuvele.

Mercados estão a ser abastecidos com produtos da África do Sul
Mercados estão a ser abastecidos com produtos da África do SulFoto: Romeu da Silva/DW

Produtos da África do Sul

O presidente da comissão de vendedores do mercado grossista, Ivo Munonga, disse à DW que há mais viaturas com produtos vindos da vizinha África do Sul do que produtos de origem nacional.

"Em três ou quatro carros [de mercadorias], só um ou dois são nacionais. Os demais carros com tomates e repolhos, [por exemplo,] são sul-africanos. O que temos em grande quantidade é pimenta, pepino", disse.

As chuvas intensas que caíram no sul de Moçambique deixaram milhares de famílias desalojadas, que se encontram agora nos centros de acomodação.

O balanço dos estragos das chuvas na cidade de Maputo