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Imprensa alemã destaca distúrbios na Libéria devido ao ébola

Marcio Pessôa22 de agosto de 2014

Os jornais do país também publicaram matérias ligadas ao tratamento da tuberculose na África do Sul e à presença de mulheres no mercado de trabalho africano.

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Foto: Fotolia

O Frankfurter Allgemeine Zeitung deu bastante espaço aos distúrbios em Monrovia após as medidas de contenção ao ébola por parte do Governo da Libéria. A matéria “Violência Armada em Morovia” relata a intervenção do exército liberiano na área pobre de West Point para impedir que os moradores deixassem o bairro.

Os manifestantes usaram paus e pedras contra as forças de segurança, que responderam com bala de borracha e gás lacrimogêneo para conter as pessoas revoltadas contra a quarentena no bairro.

Órgãos de imprensa locais, no entanto, divulgaram que também houve o uso de munição letal. Não há informações sobre o número de vítimas. Os moradores aparentemente não foram informados sobre o fechamento de West Point.

No bairro, 17 pessoas infectadas com o ébola fugiram do isolamento depois de o local onde estavam ter sido devastado por uma multidão em fúria durante o fim de semana. Os fugitivos foram encontrados, conforme informações do Governo. A Presidente Ellen Johnson Sirleaf decretou recolher obrigatório no país.

Liberia Protest gegen Quarantäne
Revolta contra a quarentenaFoto: Getty Images

Mulheres na economia

O Neuer Zürcher Zeitung destacou o que a comissão da União Africana e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) querem criar uma iniciativa conjunta para melhorar a posição das mulheres na economia do continente. Em uma conferência em Nairobi, representantes das duas organizações se mostraram convencidos de que a economia africana irá se beneficiar disso, tendo crescimento acelerado como efeito.

A matéria destaca que, na África Subsaariana, atualmente 23,7 por cento das mulheres tem ensino médio contra 35,1 por cento dos homens. A participação de mulheres no setor formal da economia com contratos fixos de emprego é mais baixa. Além disso, as mulheres têm difícil acesso aos créditos. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) estima que a produtividade das culturas aumentaria em países africanos de 20 por cento a 30 por cento se as mulheres tivessem o mesmo acesso à terra, crédito, fertilizantes e recursos tecnológicos que os homens têm.

Tragédia em casamento forçado

Der Tagesspiegel contou a história da adolescente Waila Tasi’u, de 14 anos, que acabou dividindo a Nigéria. Para muitos a menina é uma vítima, para outros uma cruel assassina. Ela é acusada de ter matado quatro pessoas, incluindo o marido, de 35 anos, utilizando veneno de rato.

A matéria intitulada “Veneno como último recurso”, busca a contextualização do caso e explica como vivia a menina. “No Norte, o casamento precoce, com menos de 18 anos, não é visto como um problema.

Bildergalerie Virunga-Park Demokratische Republik Kongo
FAO: com mais chances às mulheres, agricultura seria mais produtivaFoto: WWF/Brent Stirton

No Sul cristão, a prática é considerada como resultado do atraso de regiões muçulmanas do Norte, que adotam desde 2000 a scharia. Conforme a polícia de Kano, Waila Tasi’u matou por desespero, porque tinha sido obrigada a se casar”, publica o jornal.

Eles voltaram

O Bild Wissenschaft apresentou, nesta semana, a matéria Back to Africa. Trata-se de uma retomada sobre a discussão em torno das origens da humanidade, levantando a teoria do “Out of Africa” ou “Fora de África”, em português. “Out of Africa” é o que os cientistas chamam de migração da África para o resto do mundo.

Segundo o texto, pelo menos duas vezes a humanidade deixou seu berço africano ao sul do Saara. O que é certo é que os primeiros humanos de África viviam ao sul das montanhas do Cáucaso há 1,8 milhões de anos. Os humanos anatomicamente modernos, que também se originam em África, datam de 200 mil anos - chegando à Europa somente depois, há 45 mil anos.

No entanto, algumas evidências sugerem um “Back to Africa”, ou seja, um retorno para o continente. Algumas pessoas teriam voltado, de forma repetida, como Homo – que é o gênero que inclui os humanos modernos.

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Paciente com tuberculose na África do SulFoto: Alexander Joe/AFP/Getty Images

Patentes em jogo

A matéria “A luta entre doentes contra direitos de patentes”, publicada noNeues Deutschland, trouxe para o público alemão a história da jovem sul-africana Phumeza Tisile, de 23 anos, que em 2010 teve tuberculose diagnosticada. Ela conseguiu se salvar depois de três anos enfrentando a pior variação da doença, a XDR-TB – que é resistente a múltiplas drogas.

Ela e mais 21 pessoas foram tratadas pela organização Médicos Sem Fronteiras. Durante dois anos ela engoliu diariamente 20 comprimidos por dia. Agora Tisile critica o Estado porque o medicamento não está disponível a todos. “Ela usou um remédio que não é projetado contra a tuberculose. No entanto, Linezolida salvou a vida da mulher. Muitas pessoas não tiveram a mesma sorte”.

O tratamento de dois anos custou 35 mil euros. O medicamento é patenteado na África do Sul e fabricado por uma única empresa. Ela iniciou um movimento que exige que todas as pessoas que tem um tipo de tuberculose resistente aos medicamentos, tenham acesso ao mesmo tratamento que ela teve. Isso afetaria diretamente a lei de patentes do país.

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