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Guiné-Bissau pondera nova data para eleições gerais

Darame,Braima28 de outubro de 2013

Duas coisas são já certas no país: tecnicamente, não será possível realizar as eleições gerais no dia 24 de novembro, como estava planeado. Por outro lado, a questão da falta de dinheiro já não se coloca.

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A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), decidiu cobrir todas as despesas do processo eleitoral na Guiné-Bissau, orçado em cerca de 20 milhões de dólares. A garantia foi dada pelo presidente de transição guineense.

Serifo Nhamadjo deve anunciar até ao final desta seman auma data exata para as eleições gerais. Aos jornalistas, garantiu apenas que "o prazo que a lei estipula não vai ser excedido".

Nhamadjo acrescentou que a questão do dinheiro já não serve como desculpa: "A posição que a CEDEAO tomou cobre todo o orçamento, desde a sensibilização do eleitores, o recenseamento eleitoral até às eleições propriamente ditas."

Esta segunda-feira (28.10), Serifo Nhamadjo iniciou consultas com as forças vivas da Nação para, em conjunto, marcar uma nova data para o fim do período de transição e consequente realização das eleições presidenciais e legislativas.

À espera de fundos e de calendário

O primeiro-ministro de transição, Rui Duarte de Barros, diz que há vontade política por parte do Governo para levar para a frente o processo eleitoral. No entanto, o executivo diz que continua a aguardar fundos para dar início ao recenseamento.

Por seu lado, o presidente da Comissão Nacional de Eleições, Augusto Mendes, lembra que definir o calendário para o recenseamento eleitoral é fundamental.

"Os cidadãos têm, em primeiro lugar, de ser sensibilizados. Têm de saber onde se poderão recensear e, enfim, este conjunto de aspetos são questões que têm de ser resolvidas previamente", disse.

"Não" às armas contra o povo

Devido aos atrasos na organização do pleito e ao aumento da crise social, registaram-se nos últimos meses situações preocupantes que levaram a confrontos físicos entres as forças de segurança e a população. São sinais preocupantes a que o chefe das Forças Armadas, António Indjai, quer pôr cobro.

"Essas armas são para defender a integridade territorial da Guiné-Bissau contra os inimigos que nos agridam", comentou Indjai na cerimónia de juramento de bandeira de mais de 2 mil novos militares e paramilitares da Guiné-Bissau, no centro de instrução militar de Cumeré, no norte do país.

O chefe das Forças Armadas guineense pediu à classe castrense para que nunca mais volte a pegar em armas contra a população, porque as armas são compradas "com o dinheiro do povo e para servir o povo".