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Estado de DireitoGuiné-Bissau

Guiné-Bissau: Militares realizam operação de revista

Lusa | tms
2 de fevereiro de 2022

Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau está a procurar supostos envolvidos na tentativa de golpe de Estado em Bissau. Já há vários detidos. Partido que lidera o Governo condenou ataque "bárbaro e violento".

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Foto: Stringer/REUTERS

O Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau está a realizar uma operação de revista e procura de alguns elementos alegadamente envolvidos no ataque perpetrado contra o Palácio do Governo na terça-feira, disseram hoje (02.02) à agência de notícias Lusa fontes militares. 

As mesmas fontes confirmaram que "várias pessoas" estão detidas no quartel do Estado-Maior General das Forças Armadas, na Fortaleza da Amura, situada no centro da capital guineense, por alegado envolvimento no ataque. 

Neste momento, uma missão de militares do Estado-Maior realiza operações de recolha de "mais elementos" no Palácio do Governo, acrescentaram as mesmas fontes.

Tiros junto ao Palácio do Governo

Vários tiros foram ouvidos terça-feira perto da hora de almoço junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.

Guinea-Bissau | Unruhen | Soldaten in Bissau
Movimentação de militares na área do Palácio do Governo, em BissauFoto: AFPTV teams/AFP/Getty Images

Entretanto, segundo fonte governamental, militares entraram cerca das 17:20 no palácio do Governo e ordenaram a saída dos governantes que estavam no edifício.

Em declarações aos jornalistas, no Palácio da Presidência, o Presidente guineense afirmou ter-se tratado de um "ato bem preparado e organizado e que poderá também estar relacionado com gente relacionada com o tráfico de droga".

O ataque provou pelo menos seis mortos e quatro feridos, segundo fontes militares e médicas.

MADEM-G15 condena tentativa de golpe

O partido que lidera a coligação governamental na Guiné-Bissau condenou hoje a tentativa de golpe de Estado. Num comunicado, o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) classificou o ato como "bárbaro e violento" e considerou que o incidente tinha como objetivo "pôr em causa, mais uma vez, a ordem constitucional e o Estado de direito democrático na Guiné-Bissau".

Tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau

O Secretariado Nacional do partido ressaltou que "não compactua e nem compactuará com a violência” e que "repudia com veemência a assunção de poder político, a não ser por vias democráticas conforme o ordenamento jurídico da Guiné-Bissau”.

O MADEM-G15 exigiu que os protagonistas do ato violento, ainda desconhecidos, sejam responsabilizados e trazidos à justiça. Também manifestou a sua solidariedade com as instituições democráticas do país, "encorajando-as a prosseguirem com as suas ações em prol do desenvolvimento da Guiné-Bissau".

A tentativa de golpe de Estado já foi condenada também pela União Africana, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), através da presidência angolana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e por Portugal, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Angola e Espanha.

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