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Guiné-Bissau marca presidenciais antecipadas para 18 de março

20 de janeiro de 2012

As principais forças políticas guineenses chegaram a um consenso quanto à data para as presidenciais. Mas disporá o país de condições técnicas e financeiras para realização do sufrágio num tão curto espaço de tempo?

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O Presidente Raimundo Pereira anunciou a data das eleiçöes antecipadas
O Presidente Raimundo Pereira anunciou a data das eleiçöes antecipadasFoto: picture-alliance/dpa

O presidente interino da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, anunciou esta sexta-feira (20.01) a data das eleições presidenciais antecipadas. Após ter consultado os partidos políticos, o Governo e a Comissão Nacional de Eleições (CNE), o chefe de Estado interino determinou que o sufrágio se realizasse a 18 de março.

“Esta data coloca um importante desafio às instituições da República, particularmente à CNE que encorajo a redobrar esforços por forma a que as eleições tenham lugar na data marcada”, afirmou. Inicialmente a CNE tinha proposto que a ida às urnas tivesse lugar a 29 de abril.

No seu discurso à nação, Raimundo Pereira, apelou ainda à “solidariedade e compreensão da comunidade internacional, no sentido de agilizarem os apoios por forma a respeitar a data marcada”. A CNE guineense estimou que sejam necessários cerca de três milhões de euros para a realização do sufrágio.

“Existem as condições técnicas. Havendo financiamento e a contribuição da comunidade internacional, no caso os parceiros tradicionais, certamente estaremos à altura de responder a mais este desafio”, salienta Desejado Lima da Costa, presidente da CNE. Estados Unidos, Nações Unidas e União Europeia expressaram já disponibilidade para cooperar com as autoridades guineenses na organização do sufrágio e do necessário recenseamento eleitoral.

Sede do PAIGC em Bissau
Sede do PAIGC em BissauFoto: DW

Data prevista reúne consenso

Oscar Barbosa, porta-voz do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), garantiu que o partido no poder está preparado para 18 de março e “na devida altura apresentará o seu candidato às eleições antecipadas”. Muitos analistas prevêem que a escolha do PAIGC recaia sobre o atual primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, que se encontra em final de mandato.

Por seu turno, Ibraima Sory Djaló, presidente interino do PRS (Partido da Renovação Social), do ex-presidente guineense, Kumba Ialá, salientou que o dia 18 de março era a data avançada pelo seu partido “de modo que estamos plenamente de acordo com ela. Pensamos que com essa data estamos a respeitar a Constituição”. O PRS deverá apostar mais uma vez em Kumba Ialá, como candidato à presidência.

Também a terceira força política guineense, o PRID (Partido Republicano da Independência e Desenvolvimento) afirmou estar de acordo com a data anunciada. “Estamos prontos para o dia 18 de março. O PRID gostava que as eleições fossem no dia 9 de março, como recomenda a Constituição, mas ainda que seja uma pequena violação da Constituição, aceitamos a data agora anunciada pelo Presidente da República interino”, afirmou Adbu Mané, porta-voz do PRID.

Contagem de votos nas presidenciais de 2009
Contagem de votos nas presidenciais de 2009Foto: DW

Presidente interino apela ao civismo dos guineenses

Ciente do desafio que representa a organização de um sufrágio num tão curto período de tempo, Raimundo Pereira apelou ao “civismo do povo guineense, tal como aconteceu em eleições passadas”, e ainda pediu que se confie “nas instituições da República, nos princípios e valores do Estado de Direito Democrático, em nome da paz, da justiça e da unidade nacional”.

Ouça a reportagem do nosso correspondente em Bissau  Braima Darame.

Autor: Helena Ferro de Gouveia
Edição: António Rocha