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Estado de DireitoMoçambique

Antigo autarca de Maputo recorrerá de condenação

Lusa
11 de junho de 2021

Tribunal entende que David Simango facilitou a concessão de um terreno para a construção de um empreendimento imobiliário quando era autarca de Maputo. Defesa considera que acusação de corrupção "não foi provada".

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Wahlkampf David Simango FRELIMO
Foto: DW/R. da Silva

O antigo autarca da cidade moçambicana de Maputo David Simango vai recorrer da condenação a 18 meses de prisão, convertidos em multa, por corrupção, disse o advogado do arguido, Raimundo Chambe.  "Nós vamos recorrer, porque o processo teve um desfecho contrário à prova produzida", afirmou Chambe, em declarações ao diário moçambicano O País.

O advogado considerou que não foi provada a acusação de corrupção contra David Simango na autorização de um terreno para a construção de um edifício no centro de Maputo, onde a mulher do antigo autarca viria a adquirir um apartamento. 

Para o tribunal, o apartamento foi uma contrapartida pelo facto de David Simango ter facilitado a concessão do terreno à imobiliária, mas a defesa do autarca diz que o talhão foi cedido à imobiliária antes de o arguido assumir a presidência do município de Maputo.

Mosambik I Luftbild der Stadt Maputo
Empreendimento imobiliário teria sido beneficiadoFoto: Roberto Paquete/DW

Suposta incoerência

Raimundo Chambe também considera incoerente que o tribunal não tenha condenado a imobiliária por corrupção ativa, não tendo, por isso, conseguido estabelecer um nexo com o crime de corrupção passiva pelo qual o seu constituinte foi condenado.

David Simango foi condenado na quinta-feira pela quarta secção do Tribunal Judicial do Distrito Municipal de Ka Mpfumo a uma pena de 18 meses de prisão convertida em multa e a 15 meses de multa, depois de a esposa ter recebido em 2013 um apartamento num prédio em cuja construção o autarca interveio. Eleito pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, David Simango foi acusado dos crimes de "aceitação de oferecimento ou promessa e abuso de cargo e função".

Em causa está um apartamento T3 avaliado em cerca de 375 mil euros na Avenida 24 de Julho, uma das principais artérias de Maputo, recebido pela esposa alegadamente como contrapartida pela intervenção do edil a favor da sociedade Epsilon Investimentos no respetivo processo de construção. No âmbito do processo, o imóvel foi declarado a favor do Estado.

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