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MPLA convoca manifestação contra a corrupção em Angola

Lusa | tm
23 de fevereiro de 2020

Uma manifestação convocada pelo partido no poder em Angola, o MPLA, juntou neste sábado (22.02), em Luanda, e outras 16 províncias, milhares de pessoas em apoio às medidas do Governo.

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Angola Junge Arbeitslose protestieren
Protestos em Luanda (foto de arquivo)Foto: DW/B. Ndomba

Em Luanda, a marcha convocada pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) teve início no Comité Provincial do partido e terminou no Largo das Escolas, com um ato político presidido pelo primeiro secretário do partido do poder na capital do país, Sérgio Luther Rescova.

Manifestações semelhantes à de Luanda - que segundo a agência de notícias angolana, ANGOP, terá contado com pelo menos três mil pessoas -, aconteceram no Namibe, Zaire, Bié, Benguela, Lunda Sul, Huíla, Moxico, Cuanza Norte, Bengo, Cuando Cubango, Lunda Norte, de Malanje, Cunene, Cuanza Sul, Huambo e Uíje.

Atos de corrupção

João Lourenço, Angola Präsident
O Presidente de Angola, João LourençoFoto: Getty Images/M. Spatari

A iniciativa acontece numa altura em que o Governo do Presidente João Lourenço, suportado pelo MPLA, promete não dar tréguas aos envolvidos em atos de corrupção.

Recentemente, em entrevista à rádio alemã Deutsche Welle, o Presidente angolano afirmou que as pessoas envolvidas em atos de corrupção tiveram oportunidade de beneficiar de uma amnistia para devolverem os recursos que indevidamente retiraram do país, rejeitando novas oportunidades para quem não aproveitou o "período de graça".

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou, em janeiro, mais de 715 mil ficheiros num dossier que designou como "Luanda Leaks", detalhando alegados esquemas financeiros montados por Isabel dos Santos e pelo marido, Sindika Dokolo, que terão permitido à filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos retirar verbas avultadas ao erário público angolano através de 'offshores'.

"Vítima de perseguição"

Milliardärin Isabel dos Santos
Isabel dos SantosFoto: picture-alliance/dpa/M. Metzel

A empresária foi entretanto constituída arguida pelo Ministério Público de Angola por suspeita de má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera estatal Sonangol. Isabel dos Santos diz-se vítima de perseguição.

A ANGOP relata que, durante a marcha, os participantes incentivaram o Governo a prosseguir o combate contra as más práticas. No final do ato político, Sérgio Luther Rescova, que é também o governador provincial de Luanda, afirmou que a luta contra a corrupção é um compromisso que todos têm de assumir e reiterou o seu apoio às medidas de João Lourenço

A marcha coincide com os preparativos de Carnaval em Luanda. Quarenta e quatro grupos vão desfilar nos dias 22, 23 e 24 destes mês, na Nova Marginal de Luanda, no âmbito da 42.ª edição do Carnaval na capital angolana.

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