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Educação

Angola: Professores iniciam 18 dias de greve

9 de abril de 2018

Professores do ensino geral iniciaram esta segunda-feira (09.04) uma greve de 18 dias. Em causa está o incumprimento das reivindicações apresentadas ao Ministério da Educação. A greve compromete o período de provas.

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Professores angolanos numa manifestação em 2013Foto: DW/A. Vieria

Segundo o Sindicato dos Professores (SINPROF), o que se pretende com esta greve é demonstrar a sua "insatisfação" pela não aprovação do novo Estatuto da Carreira Docente, bem como rejeitar a estratégia do Ministério da Educação e de priorizar o concurso público de admissão de novos professores em detrimento da atualização de categoria dos professores em serviço.

Nesta segunda-feira (09.04), nenhum aluno assistiu aulas em quase todas as escolas públicas por onde a DW África passou em Luanda. Anúncios com dizeres como "estamos em greve" ou "exigimos novo estatuto da carreira docente para um salário digno" obrigava os estudantes a regressarem as suas casas.

"É prejudicial um aluno ficar sem as aulas durante três semanas", disse Maria Joaquina, que ia buscar o seu filho numa escola primária.

Armando Fonseca é outro encarregado de educação e está preocupado: "Encontramos um anúncio fixado na escola, que diz que os professores estão em greve de hoje até o dia 27. As provas estavam marcadas para o dia 21 de abril. E se ficarem esses quinze dias em casa eles vão perder o ritmo de estudo dos alunos.

Schulunterricht in Cabinda, Angola
Uma escola em CabindaFoto: Nelson Sul D'Angola

Belarmina Josefa, é outra encarregada de educação descontente. Ela defende que o "Ministério da Educação deve resolver a situação dos professores porque isso é prejudicial para as crianças".

Estudantes persistentes

Apesar da greve, os estudantes garantem que vão continuar a comparecer às escolas. Um aluno da escola Comandante Pedalé, preocupado com as provas à vista, mostra-se persistente: "Nas outras turmas também não há professores. Mas amanhã ainda volto. E se continuar já não venho. Estamos no período das provas e é um perigo faltar as aulas nestes dias."

Em declarações à DW África, o deputado Rafael Massanga, da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), lembra igualmente que "a greve vai criar algum problema aos estudantes. São estudantes que estão em fase das provas, mas que infelizmente calham com uma greve."

O deputado do maior partido da oposição atira as responsabilidades ao Ministério da Educação: "Quanto à razão que é ligada a falta de condições de trabalhos desses profissionais, penso que é o momento do ministério de tutela parar um bocado e analisar as questões para que os problemas que estão a ser levantados sejam resolvidos".

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Ministério da Educação pede suspensão da greve

O Ministério da Educação garante que tem concretizado as exigências que constam do caderno reivindicativo dos professores, lamentando que não tenha sido suspensa a greve de 18 dias.

Em comunicado a propósito da terceira fase da greve, iniciada já em 2017 e convocada pelo SINPROF, o Ministério da Educação refere que as várias exigências do caderno reivindicativo apresentado em 2013 já foram resolvidas ou estão em fase de resolução.

A instituição refere que foi pedida a suspensão da greve, que decorre entre 9 a 27 de abril, aos representantes do SINPROF, bem como a "observância do sentido patriótico e profissional, tendo em conta as consequências negativas desta greve na fase atual do calendário escolar".