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Libertados ativistas detidos na manifestação de Luanda

Pedro Borralho Ndomba (Luanda) 30 de julho de 2015

Já se encontram em liberdade sete ativistas detidos em Luanda, na quarta-feira (29.07). Os manifestantes participavam num protesto para exigir a libertação dos 15 ativistas encarcerados há mais de um mês.

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Foto: DW/P. Borralho

A informação foi avançada, esta quinta-feira (30.07), por um dos organizadores da manifestação do Largo da Independência, Pedrowski Teca, realizada em protesto contra as políticas do Governo liderado pelo Presidente José Eduardo dos Santos.

Em entrevista à DW África, o ativista confirmou que os manifestantes foram detidos na quarta-feira (29.07), no bairro Vila Alice, quando se organizavam para chegar ao Largo da Independência, local onde estava agendado o protesto. Os manifestantes foram deixados pela polícia numa localidade do município de Viana, na residência de outro ativista.

Teca afirma que os seus companheiros Adolfo Campos, Laurinda Gouveia, Valdemiro, Mc Life e Papo Seco estão bem. Mas desconhece o estado de saúde de outros manifestantes que ficaram feridos, como se viam em imagens publicadas nas redes sociais. "Compareceu muita gente na manifestação. Os jovens que foram feridos durante o protesto, não os conheço pessoalmente", disse Pedrowski.

Angola MPLA-Anhänger in Largo da Independência in Luanda
JMPLA no Largo da Independência em LuandaFoto: DW/P. Borralho

O ativista felicitou todos aqueles que marcaram presença no local do protesto, onde também se encontravam militantes da organização juvenil do partido no poder em Angola, a Juventude do Movimento Pela Libertação de Angola (JMPLA) a promover uma contra-manifestação e fortemente protegidos pela polícia.

"Mais-valia para os revolucionários"

Para o ativista de 28 anos, o facto de os revolucionários desafiarem o Governo do MPLA, que continua a reprimir as manifestações representa "um ganho" para a juventude do grupo de pressão. Teca acredita que "houve melhorias em termos de adesão, em termos qualitativos e não quantitativos.

Reconhece que "a adesão não foi de milhares, mas foi um número considerável que veio, mais uma vez, mostrar que a juventude revolucionária, principalmente a apartidária, está cada vez mais desperta para exercer a cidadania e exigir a dignidade e o respeito dos direitos dos angolanos".

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Pedrowski Teca congratula-se ainda com o que conseguiram alcançar na manifestação. "É uma mais-valia para os revolucionários. Nós prometemos e cumprimos". Mas o principal objetivo do protesto ainda não foi atingido, lamenta. "Infelizmente, os nossos irmãos ainda não estão em liberdade, o que quer dizer que devemos persistir enveredando por mais ações reivindicativas pela liberdade incondicional dos presos políticos em Angola", reforçou.

"Recolhidos" por "tentarem alterar a ordem"

A Polícia Nacional negou ter efetuado detenções durante a manifestação em Luanda. Em declarações à agência de notícias Lusa, a porta-voz do Comando Provincial da Polícia de Luanda, intendente Engrácia Costa, garantiu que apenas "recolheu" jovens que já estão em liberdade, por "tentarem alterar a ordem" na capital do país. Depois de identificados, foram mandados embora, mas não foram detidos, afirmou a intendente.

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