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Seleção Alemã não é favorita em Portugal

Marcio Weichert12 de junho de 2004

Tal como na última Copa do Mundo, Alemanha tem time desacreditado. Semifinal é a meta oficial.

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Estádio do Porto: palco da estréia alemãFoto: AP

Recordista em títulos europeus, a Seleção Alemã fará sua estréia na Eurocopa desta vez sem estar entre as favoritas. A Holanda, o primeiro adversário, na partida da próxima terça-feira (15/6), entretanto, desfruta da condição de candidata ao título, apesar de só ter se classificado na repescagem.

A Holanda não garantiu sua participação diretamente porque perdeu nas eliminatórias para a República Tcheca, que conquistou a vaga invicta. Os tchecos, aliás, também estão no Grupo D e chegam embalados. Completa a chave a Letônia, que deixou Polônia e Hungria para trás nas eliminatórias e participa pela primeira vez de uma Eurocopa.

O retrospecto da Seleção Alemã e dos adversários obriga os vice-campeões mundiais a uma avaliação realista de suas chances. Não há como classificar o time alemão como um dos melhores da atualidade. Desde 7 de outubro de 2000 (1x0 Inglaterra), a Alemanha não vence uma equipe à altura de sua tradição de tricampeã mundial e européia. No ano passado, perdeu para Espanha (3x1), Itália (1x0) e França (3x0).

Deutsche Niederlage gegen Ungarn Oliver Kahn
Derrota de 2 a 0 em casa para a Hungria: nem o capitão Oliver Kahn consegue explicar o que se passa com a Seleção AlemãFoto: AP

Dos quatro últimos jogos preparatórios para a Eurocopa, a Seleção Alemã sofreu derrotas em dois – e para países que nem se classificaram para o torneio (Romênia 5x1 e Hungria 2x0).

Sem jogar um futebol contagiante e imponente, mais uma vez as esperanças da Alemanha recaem sobre as clássicas características de seu futebol-força: combatividade, disciplina e espírito de equipe. A estas soma-se o mito de equipe de chegada.

Exemplo da Copa 2002 dá esperança

Nem por isso a Alemanha considera-se fora do páreo em Portugal. Há dois anos, o técnico Rudi Völler e seu selecionado viveram situação similar às vésperas da Copa do Mundo no Japão e Coréia do Sul. E, para surpresa geral, chegaram à final, perdendo-a para o Brasil. Onze dos 23 convocados para a Eurocopa participaram da missão em 2002.

Desta vez, porém, o temor de um fracasso é dobrado. Um vexame em Portugal será uma ducha fria para os organizadores do próximo mundial em 2006. A conquista do título, por sua vez, contribuiria para um ambiente de empolgação na Alemanha como sede da mais importante competição do futebol. Além disso, um bom desempenho apagaria da lembrança o fiasco do último torneio europeu, quando a Alemanha foi eliminada na primeira fase.

Semifinais como meta

O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Gerhard Mayer-Vorfelder, fixou as semifinais como meta da equipe nacional na Eurocopa. Entretanto, de acordo com pesquisa encomendada pela revista Bildwoche, 52% dos alemães não acreditam que sua seleção irá além das quartas-de-final; 23% acham que ela nem passará da primeira fase. Até a tarde de sexta-feira, 29% dos usuários da página brasileira da DW-WORLD faziam a mesma previsão, enquanto quase 26% mostravam-se otimistas com a possibilidade de a Alemanha tornar-se tetracampeã. Segundo a Bildwoche, só 8% dos alemães apostam nesta hipótese.

Caso cheguem lá, os jogadores vão embolsar 100 mil euros cada um. Só a participação na final já vale 70 mil. O prêmio pela classificação para as quartas-de-final foi fixado em 35 mil e para a semifinal em 60 mil. Em caso de volta para casa após as três partidas da primeira fase, os bolsos ficarão vazios. Vexame não tem preço.