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"Quem garante que amanhã não seremos nós"?

2 de abril de 2003

Usuários da DW-WORLD opinam sobre causas e efeitos da guerra no Iraque. Leia, a seguir, algumas das mensagens enviadas à redação.

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Aníbal Arteaga: O presidente norte-americano se isola cada vez mais do mundo, em sua falsa crença de que ele e seu país são o mundo. Primeiro, violou o Tratado de Kyoto, depois o acordo que previa o controle de armas no Iraque, conseguido com tanto esforço. E, por último, se lança em uma guerra sem o apoio da ONU, único organismo que pode garantir o entendimento de todos os povos. Tudo isso Bush fez única e exclusivamente pelo petróleo, sem se importar com as conseqüências imediatas e aquelas referentes à estabilidade mundial.

Sérgio Roberto Cavichiolo Fran, Brasil: A guerra visa interesses comerciais do governo americano, no controle da produção de petróleo. Além de projetos de interesse de empresas americanas na reconstrução do Iraque. Quem paga a conta é o povo iraquiano, com o sofrimento de quem está vivendo no limite da sobrevivência. Os países interessados na paz deveriam intensificar suas relações comerciais com o Iraque e reduzir drasticamente o comércio tanto com os Estados Unidos quanto com a Inglaterra.

Md. Imran, Índia: Antes do início da atual Guerra do Golfo, eu achava que não havia ninguém no mundo capaz de dizer a verdade. A forte oposição da Alemanha e da França me fez sentir um pouco mais relaxado.

Bob Landry, EUA: É muito engraçado que países que optaram por não apoiar os EUA na guerra contra o Iraque agora pretendam dividir os lucros. É como a história da velha mulher que mói o trigo e cuida dos campos e não recebe ajuda alguma dos vizinhos, mas quando o pão está assado, todos querem um pedaço. A única coisa justa a se fazer é deixar que poloneses, ingleses e australianos e os próprios americanos assumam os contratos para a reconstrução de um Iraque livre e democrático após a guerra.

Manuel Farias L., Argentina: Desarmar para poder invadir, essa é a premissa dos EUA em relação ao mundo. Podemos observar nesta guerra que as cadeias de TV aliadas a Bush nos mostram todo o aparato militar utilizado. Para quê? Não seria isso sigilo militar? Pois parece que o que se quer é experimentar esses instrumentos, para oferecê-los posteriormente ao resto do mundo, como mercadoria da morte. Hoje foi o Iraque. Quem nos garante que amanhã não será um de nossos países?

Jorge Effgen, Brasil: Apoio incondicional à guerra? O primeiro equívoco é colocar a guerra como um fato inexorável ou inelutável - o que não é. Ademais, trata-se de uma conhecida falácia denominada em lógica formal "pergunta complexa". É uma espécie de falso dilema, como se apenas houvesse duas escolhas - apoiar Bush incondicionalmente ou o ditador Saddam Hussein. É óbvio que existem opções mais inteligentes, mas quem aceita o argumento colocado nestes termos acaba aceitando implicitamente a falsa premissa de que a guerra é necessária. Nem Saddam nem Bush. Entre uma guerra desnecessária e a paz, neste caso, é preferível a paz. Congratulo o chanceler alemão Gerhard Schröder. É importante que a opinião pública mundial perceba que nem todos os alemães são autoritários, intransigentes ou belicistas.

Idarlan, Brasil: A ONU deveria ter um papel mais atuante e não deveria ser desprezada nesses momentos de crise. O direito internacional existe para dar segurança às relações entre os países. Bush levou o problema iraquiano para o lado pessoal. Isso foi lamentável.

Barbro Eide, Noruega: Estou tão feliz que Alemanha, Bélgica, França, China e Rússia continuem criticando com tanta veemência os EUA e o Reino Unido nesta guerra criminosa no Iraque. Gostaria que meu país, a Noruega, tivesse coragem de fazer o mesmo. Nestes dias, ando preocupada: os EUA parecem capazes de fazer qualquer coisa... Tenho medo de que usem armas químicas em Bagdá, para dizer que foram os iraquianos que fizeram isso, desmoralizando assim os corajosos protestos dos países que se opõem à guerra.

Jack Rice, Reino Unido: Quando vejo todos esses horrores sendo perpetrados em nome da religião, dou graças a Deus de ser ateu.

Keith Best, EUA: A todos os cidadãos da Alemanha: nós, aqui nos Estados Unidos, damos graças a Deus de termos líderes como Blair e Bush. Líderes com força e visão para fazer o que está certo.

Francis, Brasil: Peço-lhes que, se possível, troquem a palavra aliados por invasores, pois é isto que EUA e Inglaterra são, invasores e exterminadores. A palavra aliados soa como se o resto do mundo estivesse participando deste genocídio. Obrigada.

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