Organização da Copa está no cronograma previsto
23 de setembro de 2005Enquanto Franz Beckenbauer está geralmente no foco das atenções, quando se trata da Copa do Mundo de 2006 na Alemanha, a força atuante por trás dos bastidores e mão direita do kaiser é Wolfgang Niersbach. No cargo de vice-presidente do Comitê Organizador (CO), ele é responsável por mídia, tecnologia de informação e pelos eventos que acompanham o Mundial de Futebol.
Wolfgang Niersbach, 54 anos, já tem experiência em Copa desde 1974, não participando de sua organização, mas fazendo a cobertura para a agência alemã de notícias SID. Depois, chefiou a assessoria de imprensa da Eurocopa de 1988, na Alemanha, e mais tarde assumiu a assessoria da Federação Alemã de Futebol (DFB).
Melhorias nos estádios
"Comparar o Mundial de 1974 com o do próximo ano é o mesmo que uma viagem da Idade da Pedra ao futuro", frisa Niersbach. Isto fica evidenciado já nos custos da próxima Copa do Mundo: 1,5 bilhão de euros – dez vezes mais do que 31 anos atrás – estão sendo despendidos em melhorias nos estádios, infra-estrutura e tecnologia. Para Niersbach, um investimento imprescindível, considerando-se as atuais exigências de conforto e a moderna tecnologia disponível.
"Além do mais, não se trata de aplicações para apenas quatro semanas. São investimentos para várias décadas. Sem exagerar e sem querer ser arrogante, posso dizer que atualmente temos os melhores estádios do mundo, acima de tudo pela sua quantidade", ressalta.
A maioria dos estádios já foi testada durante a Copa das Confederações, em junho último, quando o Brasil sagrou-se campeão. A competição, aliás, serviu de teste para a do próximo ano. Entre as falhas que clamam por solução urgente está a segurança do campo, já que em junho uma série de espectadores conseguiu invadir o gramado e interromper as partidas.
Neste aspecto, é preciso rever a filosofia dos organizadores, que pretendiam uma Copa "o mais próxima possível do público". Também a sinalização dentro e fora dos estádios deixou a desejar na Copa das Confederações e isto é outro aspecto a ser corrigido, acrescenta o vice de Franz Beckenbauer no Comitê Organizador (CO).
Megaorganização para megaevento"Se partirmos do princípio de que na Copa das Confederações conseguimos alcançar 85% do que havíamos estipulado como importante, isso significa que para a Copa 2006 – um evento muito maior – será preciso melhorar muito a eficiência em todos os aspectos", observa Niersbach, apresentando um exemplo concreto: enquanto a minicopa de junho na Alemanha teve 20 mil jornalistas credenciados, a cobertura da Copa 2006 deverá ser feita por 300 mil profissionais cadastrados.
Os organizadores estão convictos de que na Alemanha não se repetirão as manchetes do ano passado na Grécia, sobre o atraso nas obras do estádio olímpico de Atenas. "Estamos muito bem no cumprimento do cronograma", explica Niersbach, ao citar os estádios em obras de Stuttgart e Kaiserslautern, que devem ficar prontos até dezembro próximo.
No entanto, mesmo arenas desportivas novas, como o estádio de Munique, inaugurado em maio, têm problemas. Até a moderna Allianz Arena, na capital bávara, deixa a desejar, por exemplo, na organização do centro de imprensa. "É preciso acontecer muita coisa entre o fim do Campeonato Alemão, em 13 de maio de 2006, e o início da Copa, a 9 de junho. Do jeito como as coisas estão hoje, não podem ser jogadas partidas do Mundial em nenhum estádio alemão, nem mesmo em Munique", adverte o vice-presidente da CO.