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'Em Roma, como os romanos'

19 de janeiro de 2008

"Em Roma, como os romanos" parece ser o lema dos conglomerados alemães nos EUA. Siemens, Telekom, Bayer e outras investem fortunas nos candidatos à Casa Branca. Quer se trate de democratas, quer republicanos.

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Telekom & cia. vão pesar nas urnas norte-americanasFoto: picture-alliance / dpa/dpaweb

A enorme influência das multinacionais sobre as campanhas eleitorais estadunidenses é um fato conhecido. Sobretudo, quando a meta é a Casa Branca. Para vencer o longo caminho até lá, o candidato tem que dispor de provisões financeiras respeitáveis.

Entre os principais fornecedores estão sempre os grandes empresários. Gulosos, estes prestam com prazer sua contribuição à casta eleitoral, Contando que, na hora da sobremesa, as figuras eleitas se lembrarão de quem lhes deu respaldo.

As empresas alemãs que operam nos Estados Unidos não são uma exceção. Seus investimentos à atual campanha norte-americana remontam a vários milhões de dólares, segundo notícia do jornal Westdeutsche Zeitung (WAZ). Somente as doações dos funcionários dessas firmas alcançam cerca de 800 mil dólares, segundo dados fornecidos pelo Center for Responsive Politics (CRP).

Ninguém fica de fora

USA Wahlen Demokraten John Edwards und Barack Obama in Las Vegas
Democratas (Edwards, [esq.] e Obama)...Foto: AP

A Telekom ocupa os primeiros lugares em termos de generosidade empresarial. Uma organização formada por seus empregados reuniu, por exemplo, 165 mil dólares em donativos. Entretanto a operadora telefônica não está só, em absoluto.

Praticamente todo o primeiro escalão da economia alemã é mencionado como contribuinte do pleito presidencial estadunidense: desde a Basf, Bayer, Daimler e Siemens, à seguradora Allianz, Infineon, Merck e outras. Nem mesmo o Deutsche Bank e a Deutsche Post (correios) estão fora do piquenique duvidoso.

Democratas ou republicanos? Embora cada firma tenha suas preferências, várias delas adotam a estratégia não apostar tudo num único candidato. O WAZ cita Peter Lefkin, da diretoria da Allianz nos Estados Unidos. Segundo o vice-presidente de assuntos externos, sua empresa destina 60% das contribuições aos republicanos e 40% aos democratas.

Empregados generosos

O entrelaçamento entre os setores político e econômico tem larga tradição nos EUA. E parcos são os resultados dos esforços para impedir uma influência excessiva dos lobbies empresariais.

USA Wahlen Iowa Vorwahlen Republikaner ehemaliger Gouverneur Mike Huckabee
... ou republicanos (Huckabee [esq.]),: quanto custa a festa?Foto: AP

Depois do pleito presidencial de 2000 aprovou-se uma lei restringindo a 200 dólares a quantia que cada pessoa física pode doar a um candidato durante um ciclo eleitoral. Este limite se eleva a 25 mil dólares, se o beneficiário for um partido.

A rigor, a lei norte-americana não contempla a possibilidade de empresas doarem dinheiro a candidatos políticos. Entretanto é-lhes permitido realizar coletas para tal fim, entre seus funcionários. Além disso, podem apoiar financeiramente, sem limite máximo, a organização de congressos e convenções partidárias.

Moderação na Alemanha

Na Alemanha, segundo dados da Central Federal de Formação Política, atualmente "as grandes doações do setor empresarial já não são uma fonte importante de recursos econômicos para nenhum partido". Em contraste com a prática comum no país até a década de 1970.

De fato, de acordo com a mesma fonte, entre 85% e 90% das doações e contribuições a partidos políticos alemães não superam os 3.300 euros anuais por pessoa física. (ers/av)