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Leipzig vira meca do videogame

Margret Steffen/ sv19 de agosto de 2004

Especialistas e aficcionados em videogames de todo o mundo estão reunidos em Leipzig durante quatro dias. A Feira "Games Convention", que reúne as novidades do setor, espera receber cem mil visitantes.

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«Games Convention»: fórum para programadores e fãs do videogameFoto: AP

Em apenas três anos, a Games Convention de Leipzig se tornou a maior feira do gênero na Europa. O que não é difícil, pois se trata do único evento destinado aos jogos eletrônicos em todo o continente. Longe de ter a importância da E3 de Los Angeles, a GV prova, contudo, que o Leste alemão tem muito a oferecer aos especialistas do ramo. Mesmo assim, "há quem continue afirmando que a Alemanha é um país em desenvolvimento no que diz respeito aos videogames", diz Hermann Achilles, diretor da Federação do setor VUD.

Recuo de exportações

Spielkonsole Xbox
XboxFoto: AP

Segundo estatísticas oficiais, houve um recuo das exportações de jogos eletrônicos em torno de 36,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Uma das razões pode ser a difícil entrada de jogos "tipicamente alemães" em outros mercados. Bob Bates, um dos programadores norte-americanos presentes em Leipzig, acredita que os jogos alemães são muito complicados. "Eles exigem muito do consumidor. Demora muito até a pessoa entender tudo".

Nos EUA, segundo Bates, "não se perde mais de cinco minutos tentando entender o jogo". O que faz com que os "complexos" videogames alemães não tenham boa receptividade na terra de Tio Sam. "Na Alemanha, as pessoas parecem acostumadas a dedicar muito tempo até entenderem o mecanismo de um jogo. Nos EUA, começa-se a jogar simplesmente", completa Bates, ao criticar um excesso de "amor aos detalhes" dos videogames alemães.

Pirataria continua a ser problema

Screenshot Computerspiel Getaway
Cena do videogame «Getaway»Foto: AP

Apesar dos pesares, " a atmosfera é boa, o que não é típico do setor", comenta Thomas Dlugaiczyk, diretor da escola de programadores Games Academy, de Berlim. Dlugaiczyk perambula pela feira em busca de novos professores para sua escola, enquanto reclama dos prejuízos que a pirataria provoca. Na Alemanha, estima-se que são copiados ilegalmente 54 milhões de CDs de videogames por ano, o que significa para o setor uma perda de 400 milhões de euros.

Mesmo assim, os especialistas reunidos em Leipzig não dão sinais de pessimismo. Fabricantes como a Electronic Arts, Ubisoft ou Buena Vista registram um bom crescimento e anunciam a chegada de novos jogos ao mercado. Dos 270 expositores presentes em Leipzig, vindos de 13 diferentes países do mundo, vários trouxeram novidades na mala. Os lançamentos mundiais durante a feira também não foram poucos: 68 ao todo, segundo informa o diretor da GC, Josef Rahmen.

Convidados internacionais

Hotel Gigant
Videogame «Hotel Gigant»Foto: AP

Apesar da franca conjuntura, Dlugaiczyk observa que a feira de Leipzig atrai gente de todo o mundo. "Sempre estivemos presentes nos eventos nos EUA e no Canadá, agora são os outros que estão vindo até nós". Como por exemplo Jason della Rocca, diretor de programação da International Game Developer Association IGDA. Esta associação internacional de programadores, que une os especialistas do setor, tem por meta abolir qualquer tipo de censura e estabelecer uma ponte entre programadores, empresas e universidades.

"Tivemos 60 palestrantes vindos de 12 países diferentes", diz Linda Fink, uma das organizadoras da Developer Conference, que precedeu a Games Convention. O evento contou com 270 participantes, 30% a mais do que no ano anterior. "Há um grande interesse vindo do Leste Europeu", diz Fink, ao comentar que países como a Rússia e a Eslovênia vêm se aproximando – geográfica e tematicamente – cada vez mais dos especialistas da Europa Ocidental e dos EUA.