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Jogos Olímpicos na imprensa alemã: dia 11

Philip Verminnen16 de agosto de 2016

Destaque nos jornais e revistas é para o pouco público que testemunhou o ouro de Thiago Braz; às declarações do saltador francês Renaud Lavillenie; além de um ranking fictício, que vai além das medalhas.

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Saltador francês Renaud Lavillenie durante a prova final do salto com vara nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
Saltador francês compara vaias com Jogos nazistas de 1936, pede desculpas em seguida, mas reitera críticas ao públicoFoto: Getty Images/AFP/F. Fife

A imprensa alemã destaca nesta terça-feira (16/08), dia 11 dos Jogos Olímpicos, o pouco público que testemunhou o ouro inédito do brasileiro Thiago Braz na prova do salto com vara; as queixas do rival francês Renaud Lavillenie; e esboça um ranking de países fictício, que vai além das medalhas.

Süddeutsche Zeitung: Um brasileiro voa ao ouro – e ninguém está presente

"O saltador Thiago Braz realizou a prova de sua vida e superou a marca dos 6,03 metros. No entanto, ele deu a volta olímpica num estádio quase vazio. No dia anterior, 56.437 pessoas vieram ver o show de Usain Bolt. Por Thiago Braz, vieram somente dez mil espectadores.

Mas quando Thiago Braz quebrou o recorde olímpico, o público berrou como se alguém tivesse sido atirado de um canhão através de todo o estádio, como se alguém tivesse domado animais selvagens e apresentado cambalhotas quíntuplas num trapézio. A multidão gritava o nome de Thiago – e fica na imaginação como teria sido se o estádio estivesse lotado com 56.437 pessoas.

O atletismo tem mais show a oferecer além dos 100 metros rasos masculino. O atletismo tem energia e vibração – e no momento certo, um brasileiro que salta mais do que seis metros."

Der Spiegel: Público vaia – Lavillenie compara com 1936

"O saltador francês Renaud Lavillenie comparou as vaias dos torcedores brasileiros com a experiência passada por Jesse Owens nos Jogos nazistas de Berlim. Pouco depois, ele se desculpou pela declaração.

'Em 1936, a multidão estava contra Jesse Owens', disse Lavillenie. 'Desde então, nunca mais tínhamos visto algo assim.' Nos Jogos de Berlim, o velocista negro dos EUA ganhou quatro medalhas de ouro, algo que era contrário à visão de mundo da Alemanha nazista. 'Isso foi um grande erro da minha parte. Foram minhas primeiras palavras após a prova. Evidente que não pode ser comparado', disse o francês, posteriormente.

No entanto, ele não voltou atrás em sua indignação sobre o comportamento do público. 'Entendo que eles estavam favoráveis ao Thiago, mas não entendo a total falta de respeito com os adversários', disse Lavillenie ao diário esportivo francês L'Équipe. Seria melhor se 'eles tivessem ficado em casa na frente dos televisores e deixado vir ao estádio as pessoas que gostam de assistir a esportes'.

O campeão olímpico Thiago Braz por um lado apreciou o entusiasmo do público brasileiro, mas também viu exageros. 'A torcida me apoiou um pouco demais', disse. 'Eu tinha de me concentrar na técnica e esquecer'."

Die Welt: "Não fiz nada aos brasileiros"

"O saltador francês Renaud Lavillenie se sentiu insultado e reclamou de desrespeito: 'É terrível ter que vivenciar algo assim nos Jogos Olímpicos. Eu não fiz nada aos brasileiros'.

Depois que Lavillenie seguia sendo vaiado durante a prova, ele provocou o público ante da tentativa final e decisiva apontando o polegar para baixo. 'Queria mostrar às pessoas que elas não estavam num estádio de futebol. Não há lugar para isso [vaias] no atletismo', disse. 'Thiago é forte. Ele tinha todo o estádio o apoiando. Estou um pouco desapontado que não tenha havido fair play no estádio'."

Die Zeit:Um quadro de medalhas mais justo

"Na contagem oficial de medalhas, somente as conquistas de metais preciosos são levadas em conta. Que monótono! Nossa versão inclui as dez primeiras colocações de cada modalidade. Os resultados são mais justos, mas também surpreendentes. O campeão olímpico recebe dez pontos, seguindo até o décimo colocado, que soma ainda um ponto."

Na contagem do diário, os EUA seguiriam líderes absolutos, mas seguidos pela China – no quadro de medalhas, a segunda colocação é atualmente do Reino Unido. O Brasil, por exemplo, subiria quatro posições, ocupando a 11ª colocação. Surpreendente, por exemplo, o desempenho da Ucrânia, que subiria incríveis 22 posições. A Alemanha cairia da quinta para a sexta colocação.