Força-tarefa investiga terror contra UE
6 de janeiro de 2004Todos os pacotes foram enviados de Bolonha, na Itália. O principal suspeito até agora, pelo menos que seja do conhecimento público, é o grupo Federação Anárquica Informal, porque vários pacotes-bomba continham livros e panfletos desta organização supostamente formada por anarquistas italianos e espanhóis. Os folhetos descreviam uma "Operação Papai Noel". Pouco antes da primeira carta-bomba ser recebida pelo presidente da Comissão Européia, o italiano Romano Prodi, o grupo havia ameaçado contra a "nova ordem européia".
As suspeitas de autoria da série de atentados recaem não só sobre o grupo de anarquistas pouco conhecido pela polícia, mas também sobre adversários da globalização, segundo especialistas europeus em antiterrorismo. Por enquanto, a Itália vai coordenar os trabalhos da equipe de peritos em antiterror que investiga o presumível fenômeno anarco-insurrecional.
Task Force
- A força-tarefa foi criada na segunda-feira (05), no mesmo dia em que foram recebidas mais três cartas-bomba endereçadas a deputados do Parlamento Europeu. Uma delas explodiu no gabinete do alemão e líder do Partido Popular Europeu, Hans-Gert Pöttering, em Bruxelas, mas o deputado conservador se encontrava na Alemanha. A segunda detonou no escritório do deputado do Partido Trabalhista britânico, Gary Titley, em Manchester. A terceira, endereçada ao deputado espanhol democrata-cristão José Ignacio Salafranca Samchez-Neydra, foi interceptada pelo serviço de segurança do Parlamento.Todas as três cartas-bombas haviam sido remetidas de Bolonha no dia 22 de dezembro, tendo demorado a chegar aos destinatários por causa dos feriados de Natal e Ano Novo. A primeira da série também tinha a mesma data de remessa e foi recebida pelo presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, em sua residência em Bolonha. Prodi escapou com grande susto da detonação do pacote que tinha o nome de sua mulher como destinatário.
A onda de ameaças terroristas prosseguiu em 29 de dezembro, quando o controle de correspondência do Banco Central Europeu em Frankfurt interceptou um pacote destinado ao presidente da instituição Jean-Claude Tricht. No mesmo dia, a polícia européia Europol, em Haia, na Holanda, desativou a tempo uma carta-bomba. A autoridade de investigação Eurojust, em Haia, recebeu outra carta-bomba no dia seguinte, mas não chegou a explodir.
A Justiça italiana ordenou um controle rigoroso de toda a correspondência da região de Bolonha e mandou interceptar tudo que fosse destinado a instituições e representantes da União Européia.
O deputado alemão Pöttering esclareceu que as ameaças terroristas devem ser levadas a sério, mas que não se deixará intimidar.