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Proteção climática

Helle Jeppesen (ca)31 de maio de 2007

A ratificação do Protocolo de Kyoto pela UE e seus Estados-membros, há cinco anos, foi um parto difícil. Pouco antes da reunião de cúpula do G8, fica claro que as conquistas do acordo estão em perigo.

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União Européia ratificou o Protocolo de Kyoto em 2002Foto: Montage AP/DW

No dia 31 de maio de 2002, a UE e sua comunidade de Estados na época ratificavam o novo acordo sobre o clima. No entanto, o aniversário do Protocolo de Kyoto pode ser celebrado em várias datas: há cerca de 11 anos, em 11 de dezembro de 1997, ele era aprovado na cidade japonesa de Kyoto. O protocolo deveria entrar em vigor assim que fosse ratificado por pelo menos 55 países, que juntos eram responsáveis por mais de 55% da emissão de CO2 em 1990. Isto aconteceu com a assinatura da Islândia em 23 de maio de 2002.

Os grandes emissores de CO2, no entanto, não ratificaram ainda o protocolo, como lamentou Sigmar Gabriel, ministro alemão do Meio Ambiente, durante a preparação para o encontro de cúpula do G8, em 6 de junho: "Ao todo, precisamos, até 2020, de uma redução global da emissão de CO2 de cerca de 30%, e até 2050, de 50%. Os países mais industrializados têm de sair à frente com os bons exemplos, senão os países em desenvolvimento não os seguirão".

Assinatura russa foi decisiva

Klimawandel - Rauchende Schlote in China
Potências emergentes são cada vez mais responsáveis pelas mudanças climáticasFoto: AP

Sobretudo falta o aval dos Estados Unidos. O governo Clinton assinou o protocolo, fato não ratificado pelo Senado. O governo Bush se recusa veementemente, até hoje, a ratificá-lo – apesar de os Estados Unidos continuarem a ser o maior emissor mundial de CO2.

Pela recusa norte-americana, o protocolo quase deixou de existir. Somente após a assinatura da Rússia, em novembro de 2004, sua validade legal não mais pôde ser contestada.

A proteção climática é, hoje, também nos EUA um tema importante, salienta o ministro Gabriel: "A atual administração Bush é um parceiro de negociações excepcionalmente difícil. Mas, nos Estados Unidos, existem também governadores, estados e cidades", afirmou o ministro.

O prefeito de Nova York montou uma aliança entre cidades, a fim de iniciar um sistema de comércio de emissões, seguindo o exemplo europeu. "Vemos bastante movimento nos EUA", explica Gabriel.

China e Índia tornam-se problemas

Stavros Dimas, Pressekonferenz
Stavros Dimas, comissário europeu do Meio Ambiente, luta por política de proteção ao climaFoto: AP

Mas tal movimento não é suficiente para que se atinja os objetivos em questão. Através da expansão industrial, potências emergentes como a China e a Índia são cada vez mais responsáveis pela emissão mundial de CO2. Reconhecer que o próprio homem é responsável pelas mudanças climáticas parece ser hoje fato irrevogável. O aumento da temperatura, geleiras em extinção e um número cada vez maior de furacões remetem ao efeito estufa, alertaram os especialistas no último relatório da ONU sobre o clima.

Já em 1995, na primeira Conferência Mundial sobre o Clima em Berlim, Angela Merkel, então ministra alemã do Meio Ambiente, defendia uma convenção coesa do clima, que seria então finalizada como Protocolo de Kyoto, em 1997, no Japão.

Merkel está cética

Hoje, como chanceler federal e presidente do encontro de cúpula do G8, Merkel espera fortalecer ainda mais os princípios de proteção climática. No entanto, a chefe de governo demonstra um certo ceticismo quanto ao estabelecimento de medidas concretas durante o encontro do G8, visando um acordo internacional para além de 2012.

"O mais importante é, primeiramente, que os países do G8 desenvolvam uma compreensão mútua sobre a forma mais eficaz de combate às mudanças climáticas. Digo abertamente: não sei, hoje, se isso vai acontecer em Heiligendamm", afirmou Merkel recentemente, em pronunciamento oficial sobre o encontro de cúpula do G8.

São os países mais pobres, porém, os que mais sentem os efeitos das mudanças climáticas. As seqüelas de secas, inundações e tempestades tropicais atingem principalmente os países que não conseguem compensar as perdas sofridas por seus cidadãos. E especialistas prevêem situações climáticas extremas nos próximos anos.