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Presidente da Guiné-Bissau garante que eleições serão este ano

Braima Darame (Bissau)29 de abril de 2013

Depois de 40 dias em tratamento médico na Alemanha, Serifo Nhamadjo, Presidente de Transição da Guiné-Bissau, regressou a Bissau visivelmente debilitado, mas muito determinado em desbloquear o impasse politico.

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Manuel Serifo Nhamadjo, Presidente de transição de Guiné-Bissau
Manuel Serifo Nhamadjo, Presidente de transição de Guiné-BissauFoto: picture-alliance/abaca

Serifo Nhamadjo, partiu a 20 de Março para a Nigéria, numa viagem que seria relâmpago e destinada a consultas com o seu homólogo Goodluck Jonathan.

A viagem de Serifo Nhamadjo acabaria por se prolongar por um mês e 10 dias, tendo viajado da Nigéria para a Alemanha para fazer um rigoroso controlo médico numa clínica especializada.

Só que a sua ausência e a falta de informações detalhadas sobre a sua saúde, levaram a muitas especulações em Bissau.

O chefe de Estado guineense nega que em circunstância alguma, foi interrogado por agentes da justiça norte-americana na Alemanha, após notícias surgidas na imprensa mundial de que ele também estaria envolvido em tráfico de drogas: "Isso na cabeça dos imaginários. Nunca e em circunstância nenhuma eu fui de Abuja para Alemanha para qualquer encontro."

O Presidente de transição garantiu que na Alemanha ficou sempre no hospital, e fazia o percurso hotel-hospital, e vice-versa, e explicou: "Mesmo ao nível do Governo norte-americano nunca aconteceu nada. Isso, sinceramente, são coisas de visionários que pensam e depois traduzem numa realidade."

António Indjai, chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, é acusado pelos Estados Unidos de tráfico de armas e de droga
António Indjai, chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, é acusado pelos Estados Unidos de tráfico de armas e de drogaFoto: Braima Darame

Soluções conjuntas

No plano eleitoral, por ser uma das vozes de transição a desenvolver esforços para que as eleições gerais tenham lugar ate 31 de dezembro, já que o Governo, alguns políticos e chefias militares defendem o escrutino só em 2014, Serifo Nhamadjo, garantiu que as eleições gerais do país serão realizadas ainda este ano: "Como devem calcular a agenda vai detalhar aquilo que se vai fazer. Mas este ano haverá eleições. Há pré-disposições, sim."

Entretanto, o Presidente de transição partilha a responsabilidade sobre a realização do escrutínio: "Eu acredito que se os guineenses se reunirem e conseguirem um consenso, a comunidade internacional será convidada a participar."


Também, a comunidade internacional tem sido unânime em exigir a formação de um Governo inclusivo e a divulgação de uma agenda de transição, que contemple a realização de eleições ainda este ano.

O atual Governo de transição do país
O atual Governo de transição do paísFoto: DW

Promessa de novo Governo

Logo à sua chegada no aeroporto de Bissau, Serifo Nhamadjo anunciou um novo Governo para os próximos dia: "Antes da comunidade exigir nós já estavamos dispostos a dizer que a inclusão será o apanágio da nossa orientação. Portanto, haverá um Governo de inclusão em que todas as forças poderão contribuir."

Quando questionado sobre a data para a entrada em funcionamento do novo Governo, mais uma vez partilhou as responsabilidades: "Em breve, temos de reunir todos os responsáveis, todas as forças vivas para depois nos pronunciarmos."


Serifo Nhamadjo, não comentou a prisão do antigo chefe da marinha Bubo Na Tchuto, detido pelos Estados Unidos da América, que também acusaram o atual chefe das Forças Armadas, António Indjai, de envolvimento em tráfico de droga e de armas.

O Presidente de transição alegou que estava em tratamento médico e que só agora vai inteirar-se da situação.

José Ramos Horta, representante da ONU na Guiné-Bissau
José Ramos Horta, representante da ONU na Guiné-BissauFoto: picture-alliance/dpa

Bons sinais dados à Ramos-Horta

Recorde-se que em meados deste mês de abril o representante da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, manteve encontros com o primeiro-ministro de transição e com o Presidente da Assembleia Nacional Popular, além de reuniões com os dois principais partidos e os diplomatas acreditados em Bissau, de quem terá recebido bons sinais sobre a realização de eleições presidenciais e legislativas ainda este ano.

Na altura foi garantido à Ramos-Horta "estar praticamente tudo pronto" e que a demora na apresentação do roteiro se deve à ausência, por motivos de saúde, do Presidente da República de transição, Serifo Nhamadjo.

Antes do encontro com a classe política guineense o representante da ONU no país debateu a situação guineense com o representante da União Africana, Ovídeo Pequeno, e com líderes políticos do Senegal, da Gâmbia, de Cabo Verde, de Moçambique e do Brasil.

Ramos-Horta disse que "há sintonia entre todos" no que respeita à realização do escrutínio, ainda este ano "de preferência", e que todos assumiram o compromisso de apoiar o processo eleitoral

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