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Piratas continuam a ameaçar a segurança marítima em África

24 de janeiro de 2011

A Coreia do Sul analisa a legislação marítima internacional para determinar o destino de cinco piratas somalis que sobreviveram ao resgate realizado na última sexta-feira de um cargueiro sul-coreano na costa da Somália.

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Na imagem o navio Marida Marguerite das Ilhas Marshall, que foi capturado em Maio de 2010 por piratas somalisFoto: picture-alliance/dpa
Deutschland Somalia Prozessauftakt gegen Piraten in Hamburg
Dois piratas durante um julgamento em Hamburgo, AlemanhaFoto: dapd

O resgate dos 21 tripulantes do navio de bandeira sul-coreana foi realizado na última sexta-feira no litoral da Somália e teve como saldo a morte de oito dos treze sequestradores. Os cinco piratas que sobreviveram estão detidos e isolados num compartimento de um navio sul-coreano. O cargueiro foi sequestrado no dia 15 de dezembro do ano passado quando seguia dos Emirados Árabes para o Sri Lanka.

As autoridades sul-coreanas analisam a legislação internacional e casos similares de sequestro em alto-mar para determinar se os cinco piratas serão julgados na Coreia do Sul ou noutro país, acrescentou uma fonte com a condição de ser mantida no anonimato à agencia de notícias espanhola EFE.

E hoje em Berlim, na Alemanha, representantes do setor de transporte marítimo encontraram-se com especialistas dos Ministérios do Interior e da Defesa alemães para discutir medidas contra os ataques de piratas que atuam no oceano Índico. Uma das idéias é contar com a presença de soldados ou polícias alemães para garantir a segurança adicional dos cargueiros.

Somalische Piraten Festnahme Schiff Meer
Piratas somalis no Golfo de Aden presos por soldados portugueses no dia 19 de novembro de 2009Foto: dpa

Mais profissionais e menos navios no combate aos piratas

De acordo com o porta-voz da Associação Alemã dos Armadores (Reederverband), Max Johns, esta seria uma nova ideia que já é usada intensivamente na segurança dos navios do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas. Ele diz que são entre cinco e dez soldados a bordo de cada navio e que nenhum navio foi, até hoje, sequestrado, sendo que eles passam frequentemente na costa da Somália.

Max Johns acrescenta, ainda, que: "Isso pode transformar numa grande segurança adicional e nós não precisaria de mais navios, somente de mais profissionais a bordo." De acordo com Max Johns isto é totalmente possível de ser colocado em prática. Pedir mais 20 navios, isso está totalmente fora de questão. Ele acrescentou que isto é o que saiu de concreto nas discussoes hoje em Berlim.

Sobre a possibilidade de haver ajuda humanitária para resolver a raiz do problema, tais como a pobreza e o desemprego de jovens, o porta-voz da German Shipping Company Max Johns diz que estão muito felizes que as Nações Unidas tenham feito esforços para isso. Para eles, proprietários de navios, têm um problema diário que já começou há mais de dois anos e suas linhas oceánicas são constantemente atacadas severamente e isso tem que ser parado ou limitado da forma mais rápida possível com forças que podem ser colocadas em ação de forma rápida.

Moçambique poderá pagar resgate

E a propósito, o Governo moçambicano aguarda há mais de duas semanas um contato dos sequestradores do navio de bandeira nacional chamado "Vega 5", desaparecido ao largo da costa moçambicana com 24 tripulantes a bordo e diz se tratar de "ato terrorista".

Em declarações à agência de notícias portuguesa Lusa, o vice-ministro da Pesca de Moçambique, Gabriel Muthisse, disse que, desde o dia 27 de dezembro as autoridades nao tem informação do que se passa dentro do barco, porque "as ligações telefónicas estão cortadas".

O ministro informa que a única informação objetiva existente é a que a embarcação se encontra em águas somalis. Ele admite, ainda, que caso o navio tenha sido sequestrado, será estudado um eventual pagamento aos sequestradores.

Autor: Fernando Caulyt
Revisão: Nádia Issufo/António Rocha