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Falta de água em Maputo leva cidadãos a recorrerem a valas

13 de fevereiro de 2023

Há dias que falta água em Maputo e na Matola. A situação é tão grave que alguns cidadãos estão a recorrer a água das valas de drenagem. Autoridades dizem que as cheias afetaram o serviço de abastecimento.

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Foto: Romeu da Silva/DW

Dona Celeste vive no bairro Polana Caniço, na capital moçambicana. Nos três dias em que falta água nas cidades de Maputo e Matola, ela tem de acordar às 4 horas da manhã à procura do precioso líquido. 

"Não temos água nas nossas casas. Todas as pessoas da zona estão aqui à procura de água. Estamos a sofrer", relata. 

Situação idêntica é vivida no bairro Ferroviário, também na capital Maputo: "Não sai água, nem para lavar a loiça. Não temos alternativa, porque nas torneiras não sai água", lamenta Faustino José, que foi surpreendido quando, na manhã de domingo (12.02), foi abrir a torneira.

Lack of water in Maputo forces citizens to resort to ditches
Cidadãos enfrentam filas para tentar conseguir água em MaputoFoto: Romeu da Silva/DW

Fila para conseguir água

Na Faculdade de Veterinária, ao longo da Estrada Nacional 1 (EN1), próximo ao terminal rodoviário, vulgo "Junta", muitas pessoas foram colocar-se na fila da água às 4 horas, mas até às 10 horas Célia Fernando ainda não tinha água. 

"Vamos fazer como? Não temos água em casa. Com esta chuva, não temos como lavar a casa de banho, o uniforme e a roupa", reclama. 

Água da vala

Na avenida 24 de Julho, junto à estrada que leva à ponte Maputo-Katembe, há muito tráfego rodoviário que pode pôr em risco a vida de moradores do bairro da Malanga. Eles procuram água nas valas de drenagem, apesar de imprópria para o consumo. 

Lack of water in Maputo forces citizens to resort to ditches
Sem água nas torneiras, muitos moçambicanos recorrem a água da vala de drenagemFoto: Romeu da Silva/DW

Uns dizem que é apenas para lavar a roupa, a loiça e manter a higiene nas casas de banho. Mas outros querem consumir. É o caso da Paula Niquice, que diz que, nos últimos dias, antes da interrupção no fornecimento pelo Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG), a água que consumia já era turva. 

"Muitas pessoas não conseguem de verdade [ter água limpa]. Está a ver de onde estamos a sair. Quando alguém volta para casa diz 'graças a Deus'", conta.

No mesmo local encontramos outra mulher, que não quis se identificar. Com quatro recipientes de cinco litros, diz que a água vai dar jeito para esta segunda-feira, porque não vai "conseguir carregar água na cabeça para lavar roupa e para a casa de banho". 

Um comunicado do FIPAG refere que, desde o início desta segunda-feira (13.02), há abastecimento de água em alguns bairros. 

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