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Brasil preside o Conselho de Segurança da ONU - temas africanos devem marcar a presidência brasileira

1 de fevereiro de 2011

O Brasil assume nesta terça-feira a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A embaixadora do Brasil na instituição, destacou as principais questões que o país deve ajudar a intermediar nesse período.

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Maria Luiza Ribeiro Viotti sabe que tem pela frente muitas crises, e destaca as africanas, como as do Magrebe e da Costa do MarfimFoto: AP

O mês vai ser intenso e cheio de questões pendentes a serem resolvidas, segundo a embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti. Os recentes conflitos desencadeados em países africanos – Egito, Tunísia e Argélia – devem fazer parte dos debates, apesar de não estar nada confirmado até o momento sobre uma possível intervenção da ONU.

A embaixadora destacou que dentre os assuntos já agendados para serem discutidos estão o acompanhamento da situação no Líbano, Kosovo, República Democrática do Congo, Guiné-Bissau e Timor Leste. Sobre este último país deve ser analisada, de acordo com a embaixadora, a prorrogação da missão da ONU.

Já sobre a Guiné-Bissau, Viotti disse que a intenção é anunciar uma missão conjunta para março ou abril, do Conselho de Segurança e da Comissão de Consolidação da Paz. Porém, este anúncio vai depender dos avanços na reforma do sistema de segurança pública em Bissau.

Mas o mês deve ter como destaque, outro país africano, o Sudão, já que deve sair o resultado oficial do referendo realizado em janeiro. Relativamente a este país a embaixadora tem boas expetativas acrescentando que: "O processo tem decorrido de maneira muito positiva com calma e houve manifestações do governo do Sudão muito encorajadoras concernentes ao respeito pelos resultados. A situação em príncipio é calma e não há expetativas de problemas mais sérios.

UN Sicherheitsrat Sitzung
As situações no Haiti e na RDC merecerão também atenção do Conselho de Segurança da ONUFoto: picture alliance/landov

Uma solução pacífica para a Costa do Marfim

Sobre outro país em crise, a Costa do Marfim, Laura Viotti disse que o Conselho espera uma solução pacífica e que não seja necessária uma intervenção militar para derrubar o presidente cessante Laurent Gbagbo, que insiste em não deixar a presidência, mesmo depois de derrotado nas urnas. A embaixadora diz que não há nenhuma consideração no Conselho neste momento sobre o uso da força, pelo contrário.

Ainda segundo Viotti, neste momento as atenções estão focadas numa solução política intermediada pelos próprios africanos.

Ela, que será a primeira mulher brasileira a ocupar o cargo do órgão mais importante da ONU, disse também que no dia 11 de fevereiro, o Brasil vai promover um debate de alto nível sobre a inter-relação entre paz, segurança e desenvolvimento. Esta, será a primeira visita a Nova York de Antonio Patriota, desde que assumiu o cargo de Ministro das Relações Exteriores. Ministros de outros países membros do Conselho participarão na principal discussão temática de fevereiro.

Viotti falou ainda sobre a necessidade de consolidação da paz no Haiti, considerando que este é um tema também recorrente em países africanos, citando a situação na República Democrática do Congo onde há uma disputa pelos recursos naturais. Para a embaixadora isso alimenta o problema, o que dificulta a solução do mesmo.

Autor: Cleide Klock
Revisão: Nádia Issufo/António Rocha