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Desde os tempos de César

Rodrigo Rodembusch17 de janeiro de 2009

Xanten, no noroeste do estado da Renânia do Norte-Vestfália, foi a segunda mais importante cidade em sua região no tempo dos romanos e é o berço de lendas e sagas milenares.

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Parque arqueológico de Xanten: mais de 800 mil pessoas visitam a cidade por anoFoto: xanten.de

Seu nome é um tanto exótico para um país acostumado com cidades cujos nomes terminam, por exemplo, em -burg (Hamburg, Augsburg, Rothenburg, Magdeburg ou Marburg). Já por este motivo, Xanten desperta a curiosidade do visitante.

Conhecida por "cidade dos romanos" ou "cidade de Siegfried", sua história remonta aos tempos de César. Foi às margens do rio Reno que as forças de Roma estabeleceram sua fronteira com o mundo bárbaro.

Única cidade alemã que começa com a letra "x", Xanten é banhada pelo rio Reno ao norte. Também nesta direção fica o Parque Arqueológico, um passeio obrigatório para quem desconhece a presença romana em terras germânicas.

Desde os romanos

Xanten foi elevada à condição de Colonia Ulpia Traiana no ano de 110 d.C.. Era o segundo maior ponto de comércio da província Germania inferior, ficando apenas atrás de Colonia Claudia Ara Agripinensium (atual cidade de Colônia). Com o passar dos anos, a cidade sofreu invasões e saques.

O nome Xanten teve sua origem na metade do século 8º, quando uma igreja e um convento foram denominados ad Sanctos. Em 976, o nome mudou para Xanctum e em 1144, para Xantum. Até chegar à denominação atual, foi questão de tempo. No início do século 19, as ruínas da colônia despertaram o interesse de arqueólogos. Entre 1819 e 1844 e novamente no início do século 20, começaram as escavações na cidade.

Deutschland Xanten das neue RömerMuseum wird eröffnet
Novo museu da cidade mostra hábitos e costumes das legiões romanas na regiãoFoto: picture-alliance/ dpa

Na Segunda Guerra

Como a maioria das cidades alemãs, Xanten também sentiu os efeitos da Segunda Guerra Mundial. No dia 10 de fevereiro de 1945, um bombardeio destruiu parte da cidade, incluindo a catedral de São Vitor. No total, 85% dos edifícios de Xanten viraram ruínas.

Os moradores foram retirados do que restou das casas e prédios. De 5 mil habitantes, Xanten passou a ter pouco mais de 2.500 após o fim do conflito. No pós-guerra, o crescimento populacional chegou a 40% devido à onda de refugiados que ingressou na região. No entanto, a reconstrução da cidade e da catedral se deu em um processo lento, que durou até 1966.

A pé pela cidade

Para conhecer melhor Xanten e seus prédios históricos, uma rota de quase três quilômetros permite ao turista passear (a pé) por sua história. A cada dez passos, um tijolo de terracota se destaca dos demais e orienta o visitante para que permaneça no caminho certo. No trajeto, a catedral de São Vitor merece uma parada. No século 13, a construção foi considerada a maior catedral entre Colônia e o mar.

Seguindo a rota, o moinho de Kriemhilde (Kriemhildemühle) foi construído no muro que protegia a cidade. O interessante é que, até hoje, grãos de trigo viram farinha no local. Uma confeitaria com bancos rústicos convida o turista a uma parada. Outro ponto importante é a Casa Gótica, exemplo do gótico tardio da região.

Katholische Propsteikirche St. Viktor in Xanten
Catedral de São Vitor domina a paisagem do centro antigo de Xanten

Já do passado romano de Xanten é possível se ter uma idéia ao visitar o Parque Arqueológico de Xanten e o anfiteatro em Birten. Fora dos limites do parque, protegidas por uma construção de vidro. ficam as famosas ruínas das "grandes termas".

Ainda no mesmo parque, um novo museu oferece ao turista uma visão mais realista da Era Romana através de experiências sensoriais e objetos inusitados. A construção, que custou cerca de 22,5 milhões de euros, tem 24 metros de altura, o equivalente a um prédio de oito andares.