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Vídeos mostram casa do aiatolá Khomeini em chamas no Irã

18 de novembro de 2022

Imagens em redes sociais mostram manifestantes celebrando incêndio na casa onde nasceu fundador do regime fundamentalista do Irã. País vem sendo palco de onda de protestos que pedem fim da repressão religiosa.

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Manifestantes em frente à casa onde nasceu Khomeini
Manifestantes em frente à casa onde nasceu KhomeiniFoto: ESN/AFP

Um grupo de manifestantes incendiou a casa onde nasceu o aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da República Islâmica do Irã, indicam imagens divulgadas nesta sexta-feira (18/11), em mais um episódio de escalada da onda de protestos contra o regime fundamentalista do país.

A casa, que fica na cidade de Khomein, na região central do Irã, teria sido incendiada na quinta-feira. As agências de notícias AFP e Reuters atestaram a localização da casa nos vídeos.

Imagens divulgadas em redes sociais mostram dezenas de pessoas celebrando quando chamas se espalham pela construção.

No entanto, autoridades regionais negaram que tenha havido um incêndio criminoso no local. Uma agência de noticiais local disse que um pequeno número de pessoas se reuniu do lado de fora da casa. A mesma agência compartilhou um vídeo que mostra a casa intacta, dizendo que o local continua aberto a "peregrinos e admiradores do falecido imã".

Estima-se que Khomeini nasceu no início do século 20 nessa casa em Khomein, cidade que inspirou seu nome. O líder religioso xiita foi um forte opositor do xá Reza Pahlevi, que governou o Irã entre 1941 e 1979, quando Khomeini retornou do exílio na França para liderar a Revolução Islâmica.

Após a morte de Khomeini em 1989, a casa se transformou em um museu em sua homenagem.

A atual onda de manifestações no Irã, liderada por mulheres, começou em setembro, após a morte da jovem Mahsa Amini, que morreu sob custódia da polícia da moralidade iraniana por usar o véu islâmico de modo supostamente incorreto.

O caso, que ganhou repercussão mundial, impulsionou parte da população a exigir o fim da República Islâmica e tornou-se um dos maiores movimentos contra o regime  desde a Revolução Islâmica em 1979.

O regime do Irã vem se referindo aos protestos como motins realizados por terroristas. A mídia local patrocinada pelo regime relatou uma série de prisões por acusações relacionadas a esses "motins" nos últimos dias.

Teerã também rejeita as alegações de grupos de direitos humanos no exterior de que mais de 14 mil pessoas foram presas nos distúrbios nas últimas semanas.

A repressão governamental ainda teria provocado mais de 320 mortes desde setembro, segundo um relatório divulgado na semana passada pela ONG Iran Human Rights (IHR).

Além da repressão contra manifestantes, o Irã também sancionou o serviço da DW em idioma persa no mês passado pela cobertura dos protestos, acusando-o de "apoiar o terrorismo".

jps/lf (Reuters, AFP, DW, ots)