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Vários estados têm atos pró-Dilma e em defesa da Petrobras

14 de março de 2015

Manifestações apoiam presidente do Brasil e rebatem impeachment, mas criticam governo em relação às medidas de ajuste fiscal. Com exceção feita a São Paulo, nenhuma marcha reúne mais de 3 mil participantes.

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Foto: Agência Brasil

Sindicatos e apoiadores da presidente Dilma Rousseff marcharam, nesta sexta-feira (13/03), em várias cidades em todo o país, principalmente para mostrar apoio à companhia estatal Petrobras, afundada num escândalo de corrupção, mas também para defender a chefe de Estado. Segundo dados da polícia e relatos de meios de comunicação locais, nenhuma das manifestações reuniram mais do que 3 mil pessoas, exceção feita em São Paulo, onde 12 mil manifestantes fecharam a avenida Paulista.

Convocados por Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e movimentos sociais, os protestos ocorreram em 23 capitais estaduais, além do Distrito Federal, e a principal motivação dos atos foi a "defesa da Petrobras", além de rebater os pedidos de impeachment da presidente Dilma. Em muitos casos, os comícios foram realizados perto de instalações da Petrobras.

Vestindo camisetas vermelhas e agitando bandeiras nas cores do PT, os manifestantes gritaram seu apoio à presidente. "Avante Dilma, estamos na luta" e "Derrotados nas urnas atacam a democracia. Não ao golpe" foram algumas das faixas carregadas nas marchas.

Brasilien Rio de Janeiro Pro Regierung Rousseff
Base da manifestação no RIo de Janeiro foi a praça da Cinelândia e renuiu cerca de mil pessoas, segundo PMFoto: Agência Brasil

No entanto, as manifestações não deixaram de criticar o governo, principalmente em relação às medidas de ajuste fiscal, condenaram a corrupção e pediram por reformas políticas. "Contra a corrupção, o capitalismo, os neoliberais, a mídia conservadora e contra qualquer golpe", dizia outra faixa, esta no Recife.

"Não é nem contra nem a favor do governo, mas sim pela normalidade da democracia", disse o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, ao diário Folha de São Paulo.

São Paulo leva 12 mil pessoas à avenida Paulista

A maior aglomeração foi registrada em São Paulo, na avenida Paulista. Segundo estimativa da Polícia Militar, aproximadamente 12 mil pessoas marcharam pela principal via da capital paulista. Segundo o Instituto Datafolha, foram 41 mil pessoas. "Estamos todos aqui para defender a Petrobras daqueles que estão usando o escândalo de corrupção para desmoralizá-la e privatizá-la", disse o metalúrgico Natael Mendes. "No entanto, o escândalo deve ser investigado e os culpados devem ser punidos."

Já em outras capitais brasileiras, as estimativas divulgadas pela Polícia Militar (PM) e pelos organizadores diferiram. Em Belo Horizonte, a presidente da CUT-MG, Beatriz Cerqueira, afirmou que 10 mil pessoas participaram da manifestação. A PM disse que eram entre 1.500 e 2 mil pessoas.

Brasilien Rio de Janeiro Demonstration Pro Petrobas Rousseff
Imprensa relata pagamentos a pessoas para participar das marchas e que algumas nem sabiam falar portuguêsFoto: Reuters/R. Moraes

No Rio de Janeiro, a polícia estimou que aproximadamente mil pessoas participaram do protesto na praça da Cinelândia. A CUT rebate e fala em 5 mil participações. Em Fortaleza e no Recife, organizadores afirmaram que marchas reuniram 3 mil manifestantes. A PM fala em 700 na capital cearense. Salvador reuniu 800 pessoas. Já a capital federal, em informações preliminares da Polícia Militar, viu 500 pessoas protestando a favor de Petrobras e Dilma.

Oposição marcha em data comemorativa

Para este domingo, estão planejadas manifestações de oposição em mais de 50 cidades brasileiras. Somente em São Paulo, são aguardadas aproximadamente 200 mil pessoas. A data de 15 de março é simbólica, pois nela se comemora o aniversário de 30 anos da restauração da democracia no Brasil, depois de uma ditadura militar que durou mais de duas décadas.

De acordo com uma recente pesquisa do Instituo Datafolha, o índice de aprovação de Dilma caiu para 23% em fevereiro, o ponto mais baixo em quatro anos.

PV/dpa/ap/ots