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Congresso verde

26 de novembro de 2011

Em convenção nacional, verdes alemães fecham o ano mais bem-sucedido de sua história e iniciam campanha para retornar ao governo em 2013, mesmo com projetos de pouca aceitação popular, como o aumento de impostos.

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Foto: dapd

O ano de 2011 foi um dos mais bem-sucedidos da história dos verdes alemães. Eles conseguiram bons resultados em todas as eleições no período. Pela primeira vez, têm representação em todos as 16 assembleias legislativas do país e fazem parte do governo de cinco estados. O maior sucesso dos ambientalistas foi em Baden-Württemberg, uma das regiões alemãs economicamente mais fortes. Nela, os verdes tiraram os conservadores do governo e elegeram seu primeiro governador: Winfried Kretschmann.

O primeiro governador verde em um estado alemão é apoiado por uma coalizão com social-democratas. Para os verdes, este sucesso é uma consequência lógica de sua busca por autenticidade e proteção ambiental. "Isso mostra que a economia e a ecologia se encontraram ", disse a líder do partido Claudia Roth, durante a abertura da assembleia.

Pouco tempo para comemorar

Apesar de toda alegria, há pouco tempo para comemoração. Até porque os verdes vêm caindo novamente nas pesquisas de opinião, apresentando índices de intenção de voto em torno de 15%, uma queda de mais de cinco pontos percentuais em relação aos resultados de sondagens realizadas nos primeiros meses do ano, quando o partido ecológico estava no auge de sua popularidade em nível nacional.

Mas os verdes têm uma meta fixa: eles querem voltar ao governo em 2013. "O governo de conservadores e liberais tem que deixar o poder, porque tem falhado do começo ao fim", disse Roth em discurso diante dos delegados do partido, afirmando que, na política externa, a Alemanha deixou de ser um país sábio e de visão, enquanto na atual política interna, o governo explora o Estado para servir à própria clientela. Roth criticou duramente as reduções de impostos previstas, no valor de seis bilhões de euros. Ela classificou a ideia como, um projeto "irresponsável, em tempos de alto endividamento".

Parteitag Bundesparteitag Gruene
Líder verde Claudia RothFoto: dapd

Em busca de temas relevantes

O ano de 2011 foi também, em outro aspecto, um ano notável para os verdes, que perderam um de seus temas mais importantes. No impacto da crise atômoica de Fukushima, os democrata-cristãos da premiê Angela Merkel decidiram desligar todas as usinas nucleares alemãs, fazendo exatamente o que os verdes vinham exigindo há décadas. Depois de atravessar um breve estado de choque, os ambientalistas reclamaram para si o mérito de terem sido os fornecedores das bases ideológicas para esta reviravolta energética e aprovaram o projeto de lei, votando junto com o governo.

Assim, existe agora um obstáculo a menos para uma possível cooperação entre a CDU de Angela Merkel e os verdes, mas, tematicamente, os ecologistas necessitam de um novo ponto de referência. E a convenção de Kiel aponta a nova tendência, que é a política econômica e financeira, na qual os verdes desejam assumir uma posição mais forte. E essa posição inclui também ideias de pouca aceitação popular, como o aumento de impostos. Os verdes querem mostrar, assim, que podem implementar uma política econômica sólida, em contraponto à "orgia de endividamento" do atual governo.

Concorrência dos piratas

Os Piratas, novo partido do cenário político alemão, deram um susto nos verdes este ano. O partido, fundado sobre um programa que promete defender sobretudo o direito dos internautas e a liberdade de expressão na rede de computadores, conseguiu entrar na assembleia legislativa da cidade-estado Berlim, depois de ter roubado parte do eleitorado dos verdes. A dor foi ainda maior depois que os verdes fracassaram nas negociações com social-democratas, não tendo conseguido, assim, integrar a coalizão de governo da capital alemã.

Autores: Nina Werkhäuser / Marcio Damasceno
Revisão: Soraia Vilela