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Venezuela expulsa delegação de eurodeputados

18 de fevereiro de 2019

Membros do Parlamento Europeu planejavam se reunir com oposicionista Guaidó, mas têm passaportes apreendidos e são obrigados a deixar o país. Governo acusa grupo de ter "fins conspiratórios".

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Esteban Gonzalez Pons
Gonzalez Pons: "Atenção, tiraram nossos passaportes e nos expulsam da Venezuela"Foto: picture-alliance/dpa/M. Quintero

O governo da Venezuela expulsou neste domingo (17/02) uma missão de eurodeputados que viajaria pelo país para realizar diversas reuniões, incluindo o autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, afirmou o europarlamentar espanhol Esteban González Pons, que integrava o grupo.

"Atenção, tiraram nossos passaportes e nos expulsam da Venezuela. Estão nos tratando mal e a única explicação que nos deram é que Maduro não nos quer aqui", afirmou Gonzáles Pons através do Twitter ainda no aeroporto internacional Simón Bolívar. "Estão nos conduzindo diretamente a um avião, que espero que seja o que irá a Madri, mas estão nos expulsando do país."

A delegação foi convidada a visitar o país pelo presidente da Comissão Permanente de Política Exterior, Soberania e Integração da Assembleia Nacional venezuelana, Francisco Sucre. O órgão legislativo, dominado pela oposição, não é reconhecido pelo governo de Nicolás Maduro. O convite aos eurodeputados teria sido feito em nome do próprio Guaidó, que desejava se reunir com o grupo. Desde o início, a delegação deixou claro que a viagem à Venezuela não seria em nome do Parlamento Europeu, mas de caráter privado.

Gonzáles Pons disse que o grupo está indignado com a expulsão e que se trata da "última prova de que este regime se converteu numa ditadura tirânica". Ele é o porta-voz da delegação espanhola do Partido Popular no Parlamento Europeu e integra o grupo que viajou à Venezuela juntamente com Esther de Lange, vice-presidente do grupo do Partido Popular Europeu (PPE), e Paulo Rangel, vice-presidente e tesoureiro do PPE.

Eles foram acompanhados por José Ignacio Salafranca Sánchez-Neyra, vice-coordenador da Comissão de Assuntos Externos, e Gabriel Maio Adrover, vice-presidente da delegação América Central – ambos membros da Assembleia Europarlamentar Latinoamericana – e Juan Salafranca, secretário-geral adjunto do PPE.

O ministro venezuelano do Exterior, Jorge Arreaza, afirmou neste domingo que o governo já havia alertado há vários dias que eurodeputados que viajassem ao país "com fins conspiratórios" não seriam admitidos, pedindo que desistissem da viagem e evitassem novas provocações. Segundo Arreaza, o governo "não permitirá que a extrema direita europeia perturbe a paz e a estabilidade do país com outra de suas ações grosseiras e de ingerência. Deve-se respeitar a Venezuela", afirmou Arreaza, também pelo Twitter. 

A França e a Espanha criticaram a expulsão. "Naturalmente que nós desejávamos que tivessem entrado e condenamos a atitude do governo da Venezuela e do senhor Maduro", afirmou o ministro do Exterior da Espanha, Josep Borrell.

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, também se manifestou. "Protestamos energicamente pelas condições em que foram expulsos cinco deputados europeus que iriam se ocupar do processo democrático na Venezuela", afirmou.

O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Trajani, pediu ao Conselho Europeu que se manifeste sobre o caso. "O regime de Maduro impede que os eurodeputados façam seu trabalho ao expulsá-los. Mais uma prova de que é um ditador", afirmou.

Assim com os Estados Unidos, a maioria dos países da União Europeia, entre estes a Alemanha, a França, o Reino Unido e a Espanha, declararam apoio a Guaidó e à convocação de novas eleições na Venezuela.

RC/efe/ep

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