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SaúdeReino Unido

Vacinação completa reduz pela metade risco de covid longa

2 de setembro de 2021

Pessoas que tomaram as duas doses da vacina e se infectaram têm menos chance de registrar sintomas que duram por mais de quatro semanas, aponta estudo britânico.

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Vacina contra a covid-19
Entre as pessoas não vacinadas que se infectaram, 10,7% tiveram covid longaFoto: Danny Lawson/empics/picture alliance

Uma pesquisa realizada no Reino Unido concluiu que estar completamente vacinado contra a covid-19 reduz não apenas o risco de contrair a doença e de desenvolver sintomas graves, mas também, entre o pequeno número de vacinados que se infectam, de ter sintomas que duram mais de quatro semanas, doença conhecida como covid longa.

O estudo, publicado nesta quarta-feira (1º/09) na revista científica The Lancet  e liderado por pesquisadores da King's College London, afirma que o efeito das vacinas para evitar que as pessoas se infectem ou desenvolvam quadros graves da doença já havia sido demonstrado, mas havia poucas evidências sobre o impacto dos imunizantes em reduzir a chance de ter a covid longa.

O resultado aponta que, entre as pessoas totalmente vacinadas que se infectam, o risco de desenvolver a covid longa é 50% menor do que entre as não vacinadas.

A pesquisa foi realizada a partir de dados do aplicativo Zoe, no qual moradores do Reino Unido voluntariamente inserem dados sobre vacinas, testes e sintomas da covid-19. De dezembro de 2020 a julho, foram acompanhados 1,2 milhão de adultos que receberam pelo menos uma dose da vacina, e 971,5 mil que receberam as duas doses. No Reino Unido, são usadas as vacinas da Pfizer-Biontech, da Moderna e da AstraZeneca.

Apenas 0,2% dos que haviam recebido as duas doses da vacina reportaram ter se infectado, ou 2.370 pessoas. Entre as 592 pessoas totalmente vacinadas que se infectaram e continuaram e reportar seus sintomas por mais de um mês, 5,2% desenvolveram a covid longa. Entre os não vacinados que se infectaram, 10,7% tiveram sintomas que duraram mais de quatro semanas.

Outros achados

A pesquisa identificou que idosos com saúde frágil ou moradores de regiões pobres estão mais sujeitos a se infectarem após serem vacinados, especialmente quando receberam somente a primeira dose. Pessoas não obesas tiveram menor chance de contrair covid já a partir da primeira dose.

A frequência dos sintomas informados por pessoas vacinadas que contraíram o vírus também foi menor do que entre os infectados que não estavam vacinados. Além disso, os infectados vacinados tinham uma maior probabilidade de ter covid assintomática, especialmente se tinham 60 anos ou mais.

Apesar de vacinados infectados tenderem a ter sintomas mais leves da doença, dados do Reino Unido mostram que a mortalidade dos indivíduos hospitalizados com covid mais de 21 dias após a vacinação é de 27%, similar à mortalidade de não vacinados registrada durante a primeira onda da pandemia, em março e abril de 2020.

A pesquisa recomenda que o relaxamento de medidas como o isolamento social e o uso de máscaras seja decidido com mais cuidado quando envolver idosos de saúde frágil ou indivíduos que moram em regiões mais pobres, mesmo que eles estejam vacinados. Da mesma forma, esses grupos devem ser considerados em estratégias de aplicação de uma dose de reforço da vacina.

Covid longa e sequelas

Outros estudos estimaram que, entre os não vacinados, de 10% a 38% dos infectados sofrem efeitos da covid longa meses após o vírus ter deixado o organismo, que podem persistir por mais de um ano.

Um estudo alemão apontou que sequelas podem surgir até mesmo meses depois da fase aguda da doença. Já uma pesquisa da University College London com pacientes de 56 países listou mais de 200 sintomas observados em pacientes com sequelas pós-covid.

bl/ek (ots)