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Vacina Pfizer-BioNTech é segura para crianças de 5 a 11 anos

20 de setembro de 2021

Mesmo com dosagem mais baixa, testes em crianças apresentam mesmo nível de anticorpos de adolescentes e adultos jovens. No Brasil, Ministério da Saúde mantém faixa de 12 a 17 anos fora do plano de imunização.

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Profissional de saúde aplica vacina em braço de jovem. Pfizer pedirá autorização em caráter de emergência para agências reguladoras dos EUA, Europa e Reino Unido
Pfizer pedirá autorização em caráter de emergência para agências reguladoras dos EUA, Europa e Reino UnidoFoto: Fabian Sommer/dpa/picture alliance

A farmacêutica americana Pfizer e o laboratório alemão BioNTech anunciaram nesta segunda-feira (20/09) que testes comprovaram a eficácia da vacina contra a covid-19 desenvolvida pelas duas empresas em crianças de 5 a 11 anos.

Os testes em crianças em idade escolar foram feitos com uma dosagem mais fraca, com um terço da quantidade utilizada em maiores de 12 anos. A aplicação da vacina no grupo dos adolescentes já foi autorizada em diversos países.

Apesar da dosagem mais leve, as crianças de 5 a 11 anos desenvolveram níveis de anticorpos contra o coronavírus tão fortes quanto o observado em adolescentes e adultos jovens, segundo afirmou o vice-presidente da Pfizer Bill Gruber.

A aplicação em crianças foi considerada segura, com a ocorrência de poucos efeitos colaterais semelhantes aos dos adolescentes, como dores no braço, febre ou cansaço. "Penso que atingimos realmente o ponto ideal", afirmou Gruber, que também é médico pediatra. 

As farmacêuticas vão submeter até o fim do mês um pedido de autorização em caráter de emergência para a agência reguladora dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), para a aplicação da vacina essa faixa etária. Em seguida, as mesmas requisições serão feitas junto aos órgãos de controle sanitário da Europa e do Reino Unido.

O diretor da FDA Peter Marks afirmou no início do mês que a agência avaliaria os dados "em questão de semanas", logo que a Pfizer concluísse os estudos, para julgar se o imunizante é seguro e suficientemente eficaz nas crianças.

Muitos países ocidentais até agora não vacinaram crianças com menos de 12 anos, enquanto aguardam evidências sobre a dosagem certa e de que o imunizante pode proporcionar proteção mesmo em porções mais reduzidas. 

Na semana passada, Cuba começou a vacinar crianças de 2 anos de idade com sua vacina de fabricação própria. A agência reguladora da China autorizou dois dos imunizantes fabricados no país para crianças com menos de 2 anos. 

Enquanto as crianças estão em menor risco de morte ou de ficarem gravemente doente, se comparado às pessoas mais velhas, mais de cinco milhões de crianças nos EUA testaram positivo desde o início da pandemia, e pelo menos 460 morreram, segundo a Academia Americana de Pediatria.

Os casos de covid-19 em crianças aumentaram dramaticamente desde que a variante Delta se espalhou pelo país.

No Brasil, adolescentes fora do PNI

Ministério da Saúde brasileiro retirou na semana passada os adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades da lista de vacinação para a covid-19. O órgão justificou a medida ao mencionar a morte de uma jovem de 16 anos, no dia 2 de setembro, oito dias após a aplicação da primeira dose em São Bernardo do Campo.

Na sexta-feira, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) contestou a determinação do próprio Ministério e recomendou que o governo federal mantivesse no Plano Nacional de Imunização (PNI) a vacinação para os adolescentes. "Até o momento, não há qualquer comprovação de relação da morte do jovem com a vacina contra a covid-19", afirmou o órgão, em nota.

O Ministério da Saúde realizou uma investigação sobre o caso. Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o relatório da pasta concluiu que a jovem teve púrpura trombocitopênica trombótica, um distúrbio autoimune de consequências graves, que leva à formação de coágulos pelo corpo e bloqueia o fluxo de sangue para órgãos vitais.

O relatório não conclui que a vacinação teve alguma relação com a morte. Na semana passada, a  a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo já havia apontado que a morte não tinha nenhuma vinculação com o imunizante.

Apesar da conclusão, o Ministério não voltará a orientar pela vacinação de adolescentes de forma imediata, segundo Queiroga, por uma questão de "priorização e logística".

Ele diz que os adolescentes sem comorbidades não deveriam ser vacinados antes de se completar a segunda dose na população adulta e a terceira dose em idosos e vulneráveis.

"Os gestores não podem desobedecer o planejamento do Plano Nacional de Imunização, pois com isso estão retirando o direito dos que vêm antes deles", afirmou.

Vários municípios e estados, com São Paulo, decidiram ignorar a orientação do Ministério e mantiveram a vacinação para os adolescentes.

A Secretaria de Saúde paulista, após uma análise com 70 especialistas de diversas áreas, concluiu que a vacina não foi o motivo do óbito da jovem em são Bernardo do Campo, mas sim, a doença autoimune.

rc (Lusa, AP, ots)