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SaúdeGlobal

Vacina da Pfizer funciona contra mutação, diz estudo

8 de janeiro de 2021

Testes apontam que imunizante protege contra variantes mais contagiosas do coronavírus descobertas no Reino Unido e na África do Sul. Vacinas devem poder ser ajustadas a futuras mutações, assim como no caso da gripe.

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Vacina da Pfizer-Biontech
Vacina da Pfizer-Biontech foi a primeira contra o coronavírus autorizada para uso na UEFoto: Matteo Gribaudi/imago images

Um novo estudo sugere que a vacina da Pfizer-Biontech contra a covid-19 pode proteger contra a mutação encontrada em duas variantes altamente contagiosas do novo coronavírus surgidas no Reino Unido e na África do Sul.

O estudo, foi realizado por pesquisadores da farmacêutica americana Pfizer em parceria com a Universidade do Texas e divulgado nesta quinta-feira (07/01) em um portal científico. Entretanto, a pesquisa ainda não foi revista por especialistas, o que é uma etapa fundamental  do processo científico.

As novas cepas do coronavírus Sars-Cov-2 carregam múltiplas mutações, mas têm em comum uma, designada N501Y, uma leve alteração na proteína que reveste o vírus, considerada mais contagiosa. Segundo cientistas, a maioria das vacinas contra covid-19 lançadas no mundo seria capaz de "treinar" o corpo para reconhecer essa proteína e combatê-la. 

O estudo utilizou amostras de sangue de 20 pessoas que receberam doses da vacina da Pfizer elaborada em parceria com a empresa alemã Biontech. A conclusão dos cientistas após os testes em laboratório é que os anticorpos protegeram contra as novas variantes do vírus.

O diretor científico da Pfizer, Philip Dormitzer, considerou animadores os resultados, mesmo se tratando de um estudo preliminar. "Pelo menos essa mutação, que é uma das que mais preocupa as pessoas, não parece ser um problema", disse, citado pela AP.

O estudo também indica que a vacina funciona contra 15 possíveis mutações adicionais do vírus, mas a E484K, também presente na cepa descoberta na África do Sul, não foi testada ainda. 

Primeira vacina contra o coronavírus autorizada para uso na União Europeia (UE), a da Pfizer-Biontech já foi também aprovada nos EUA, Reino Unido, Arábia Saudita e ao menos 19 outros países.

Vacinas podem ser ajustadas a futuras mutações

Dormitzer explicou que, se o vírus sofrer mutações significativas, a vacina terá eventualmente de ser ajustada, assim como já ocorre com as vacinas anuais contra a gripe. Ele assegura que a modificação não seria difícil de ser realizada, seja no caso da Pfizer ou dos demais laboratórios que também produzem imunizantes contra a covid-19. 

A vacina da farmacêutica americana Moderna, que já foi aprovada para uso nos EUA, na União Europeia e no Reino Unido, também está sendo submetida a testes semelhantes, assim como as de outros laboratórios.

Os vírus passam por pequenas transformações enquanto se espalham de pessoa para pessoa. Os cientistas utilizam essas modificações para rastrear a forma como coronavírus se espalhou pelo mundo, desde a sua descoberta na China, há cerca de um ano.

Segundo Dormitzer, esse é apenas o início de "monitoramentos em andamento de modificações no vírus para ver se algumas delas gera impacto na cobertura das vacinas".

Cientistas britânicos afirmam que a variante encontrada no Reino Unido – que se tornou a cepa dominante em algumas partes do país – parece ser suscetível às vacinas. A mesma cepa já foi encontrada no Brasil, Estados Unidos e diversas outras nações e seria até 70% mais contagiosa do que as anteriores.

RC/lusa/ap