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Vacinação no Rio para por falta de doses

15 de fevereiro de 2021

É a primeira grande cidade a anunciar paralisação total do cronograma de novos vacinados por problema de estoque. Situação deve se repetir em outras regiões do Brasil.

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Brasilien Rio de Janeiro | Coronavirus | Impfstraße im Sambadrom
Foto: Carl de Souza/AFP/Getty Images

O Rio de Janeiro se tornou nesta segunda-feira (15/02) a primeira grande cidade brasileira a anunciar a paralisação da campanha de vacinação contra a covid-19 devido à falta de doses.

"Recebi a notícia de que não chegaram novas doses. Teremos que interromper amanhã nossa campanha. Hoje vacinamos pessoas de 84 anos e amanhã de 83. Estamos prontos e já vacinamos 244.852 pessoas. Só precisamos que a vacina chegue. Nova leva deve chegar do Butantan na próxima semana", escreveu o prefeito Eduardo Paes no Twitter.

A cidade esperava a entrega de um novo lote de vacinas do Instituto Butantan para esta segunda-feira, para continuar a campanha. Mas houve atraso, e a expectativa agora é de que mais doses cheguem na próxima semana e que a vacinação seja retomada na próxima segunda-feira.

Segundo a prefeitura, as pessoas imunizadas na primeira fase, como profissionais da linha de frente do setor de saúde, receberão a segunda dose dentro do tempo previsto, já que o lote para esse fim foi reservado.

A paralisação no Rio de Janeiro já vinha sendo especulada desde a semana passada. Outras cidades brasileiras já vinham relatando falta de vacinas, como Florianópolis, Curitiba, Cuiabá, Aracaju e Natal. No estado do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo já pararam de vacinar na semana passada.

Em Salvador, as autoridades chegaram a suspender a vacinação de agentes de saúde e alteraram o cronograma de imunização de idosos, aplicando doses apenas para maiores de 85 anos.

Estoques acabando

De acordo com números compilados por um consórcio de veículos de mídia com base em dados das secretarias estaduais da Saúde, ainda há mais de 6,5 milhões de doses prontas para uso no Brasil. No entanto, 70% delas devem ser aplicadas em quem já tomou a primeira dose.

Desta forma, se mantido o ritmo atual de imunização, de cerca de 250 mil doses por dia, o estoque vai se esgotar até o fim desta semana para novos vacinados. Assim, até a chegada das novas doses previstas, o país ficaria seis dias apenas aplicando a segunda dose em quem já recebeu a primeira.

A distribuição de doses aos estados é responsabilidade do Ministério da Saúde. A expectativa é que a vacinação possa ser retomada e ampliada a partir de 25 de fevereiro, quando o Instituto Butantan prevê a entrega de mais 8,6 milhões de doses da Coronavac, produzidas no Brasil em parceria com a Sinovac, com insumos vindos da China.

Além disso, com o novo lote de matéria-prima recebido na semana passada, o Butantan prevê a fabricação de mais 8,7 milhões de doses. Uma nova carga de 8 mil litros de insumos também já foi solicitada à Sinovac. De acordo com o presidente do Butantan, Dimas Covas, a expectativa é entregar 46 milhões de doses até abril.

O atual acordo entre o Butantan e o Ministério da Saúde prevê, ainda, a entrega de outras 54 milhões de doses em prazo a definir.

Além dos insumos, o instituto também negocia com a Sinovac a liberação de 20 milhões de doses extras para garantir a vacinação de toda a população adulta do estado de São Paulo.

Já a produção da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela vacina de Oxford no Brasil, só deve ficar pronta em meados de março.

No total, o Ministério da Saúde já recebeu 11,8 milhões de doses, sendo 2 milhões da vacina da Oxford/AstraZeneca, importadas da Índia, e 9,8 milhões da CoronaVac, entregues pelo Instituto Butantan.

rpr/as (ots)