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Mais perto da Europa

29 de agosto de 2007

Eleição de Abdullah Gül favorece o processo de aproximação entre o país e a União Européia, avaliam líderes europeus. Imprensa vê Turquia como modelo para outras nações islâmicas.

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Abdullah Gul reforçou compromisso com reformas durante discurso de posseFoto: picture alliance/dpa

Líderes europeus esperam que a eleição do islâmico-conservador Adbullah Gül para a presidência da Turquia acelere as reformas necessárias para o ingresso do país na União Européia (UE). O próprio Gül reforçou, em seu discurso de posse, seu compromisso com as reformas.


"Na minha opinião, esta é uma oportunidade para dar um novo e positivo impulso ao processo de ingresso [da Turquia na UE] em vários campos-chave", afirmou o presidente da Comissão Européia, o português José Manuel Barroso.


O alto representante para Política Externa e Segurança da UE, Javier Solana, disse esperar mais reformas políticas do novo presidente e assegurou o apoio da comunidade de países europeus a essas reformas.


A chanceler federal alemã, Angela Merkel, também se mostrou otimista. "Tenho certeza de que, também no seu novo cargo, o senhor se dedicará ao aprofundamento das nossas relações e das nossas metas comuns, especialmente para o bem da Europa e da aliança transatlântica", afirma o comunicado oficial de Berlim.


O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, lembrou o trabalho conjunto dos últimos anos e disse estar convencido de que Gül continuará apoiando de forma enfática as reformas necessárias para a aproximação entre a Turquia e a União Européia.


Reformas em ritmo acelerado


"A eleição de Gül deverá acelerar o ritmo das reformas, já que o presidente anterior, Ahmet Necdet Sezer, sempre se destacou como um freio", avaliou o deputado do Parlamento Europeu Cem Özdemir, do Partido Verde da Alemanha, em entrevista ao site de notícias Tagesschau.de.


Özdemir lembrou que, tanto na condição de político oposicionista como no cargo de ministro das Relações Exteriores, Gül sempre se posicionou a favor da União Européia e da renovação, da modernização e da democratização da Turquia.


"Isto também assegurou a ele a simpatia de pessoas acima de qualquer suspeita de tendências islamíticas. Muitos políticos das capitais européias vêem em Gül um parceiro confiável para a Europa", comentou o deputado.


Modelo para outros países


A eleição de Gül ecoou de forma positiva na comunidade turca alemã, que também vê chances para uma aproximação entre Turquia e UE. "Como ministro das Relações Exteriores, Gül conduziu de forma enérgica o processo de aproximação com a União Européia e, como presidente, certamente intervirá construtivamente na pauta política", afirmou o presidente da Comunidade Turco-Alemã de Bonn, Dietrich Schlegel.


Já parte da imprensa européia destacou em seus editoriais um outro aspecto da eleição de Gül e de seus esforços de aproximação com a UE. "Muitas pessoas no Oriente Médio olham com admiração para a Turquia porque lá a experiência de aproximação entre o Islã e a democracia parece funcionar", escreveu o diário Der Tagesspiegel, de Berlim.


O britânico The Independent comenta que Gül tem a chance de mostrar que o Islã pode coexistir com a democracia e um estado moderno. "Essa será uma condição para um eventual ingresso da Turquia na UE. Mas será, também, um modelo para outros países que estão diante de um dos grandes desafios do nosso século." (as)