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Ajuda da UE

14 de outubro de 2011

União Europeia quer aumentar ajuda a "nações com maiores necessidades", em detrimento, por exemplo, de Brasil e China. Confederação europeia de Ongs não vê "compromisso sério" para erradicação da pobreza.

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Consultório montado com ajuda da UE no SenegalFoto: picture-alliance/dpa

A Comissão Europeia anunciou nesta quinta-feira (13/10), em Bruxelas, que vai redirecionar sua ajuda financeira para o desenvolvimento dos países mais pobres. Nações emergentes, como Brasil e China, receberão menos apoio.

Com esta reorientação, a União Europeia (UE) pretende garantir a eficiência de sua cooperação econômica, disse o comissário europeu de Desenvolvimento, Andris Piebalgs. Segundo ele, a ajuda irá se concentrar em setores-chave nos países pobres, como energia ou agricultura. O objetivo é gerar crescimento sustentável que beneficie a todos e "apoiar o desenvolvimento de setores privados", detalhou a Comissão.

EU Energiekommissar Andris Piebalgs
Piebalgs anunciou novas metasFoto: picture-alliance/ dpa

Os programas de ajuda ao desenvolvimento de países como o Brasil (61 milhões de euros para o período entre 2007 e 2013), China (cerca de 140 milhões de euros), África do Sul (980 milhões de euros) e outros, em que o rendimento per capita aumentou nos últimos anos, serão revistos e diminuídos no próximo quadro de financiamento, de 2014 a 2020.

A União Europeia é responsável por mais de 50% do total mundial de ajuda a países em desenvolvimento, perfazendo mais de 53 bilhões de euros por ano.

Ajuda a favor dos interesses da União Europeia

As novas prioridades foram recebidas com ceticismo pela Confederação Europeia de Organizações Não-Governamentais (Concord), que não vê na nova agenda europeia para o desenvolvimento "um compromisso sério" para a erradicação da pobreza.

"Infelizmente, a mudança mais importante na nova agenda é que a ajuda às regiões mais pobres será reduzida, com o desvio de fundos para investimentos em energia e no setor privado. Estes são interesses da UE, mas não do mundo em desenvolvimento", considerou Olivier Consolo, diretor da Concord.

Para Consolo, a população mais pobre do mundo será afetada negativamente com a nova agenda. "Este enfoque sobre o crescimento econômico está longe da verdade. Cerca de 75% da população mais pobre do mundo vive em países de rendimento médio que registraram crescimento econômico, mas onde a pobreza continua alta”, disse.

Apoio ao setor privado

Em cada país, a ajuda europeia pretende se concentrar no máximo em três setores, tendo como opções boa governança, proteção social, saúde, educação, agricultura sustentável e energia limpa.

BV/ lusa/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer