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UE rejeita ultimato do Irã e lamenta sanções de Trump

9 de maio de 2019

Países europeus afirmam que pretendem manter relações comerciais com Irã apesar das medidas punitivas adotadas por Washington, mas que não aceitam intimidações por parte do governo iraniano.

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Irã e União Europeia desejam manter vivo o acordo nuclear de 2015 apesar das pressões americanas
Irã e União Europeia desejam manter vivo o acordo nuclear de 2015 apesar das pressões americanasFoto: Getty Images/AFP/E. Dunand

A União Europeia (UE) lançou nesta quinta-feira (09/05) um apelo para que o Irã continue a respeitar o acordo nuclear de 2015, que visa manter sob controle as ambições nucleares do país. Os europeus afirmam que pretendem manter as relações comerciais com Teerã, apesar das pesadas sanções impostas pelos Estados Unidos.

A UE, juntamente com os governos da Alemanha, França e Reino Unido, expressou em declaração conjunta sua "enorme preocupação" com a decisão do governo iraniano de deixar de cumprir partes do acordo de 2015, um ano depois de os EUA terem anunciado sua saída unilateral do pacto.

"Permanecemos plenamente comprometidos com a preservação e implementação total" do pacto, disseram os europeus. O acordo de 2015 foi assinado pelo Irã juntamente com Estados Unidos, Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia e endossado pelo Conselho de Segurança da ONU.

As potências europeias lamentaram a reimposição das sanções americanas contra Teerã e afirmam que continuam "determinadas em buscar esforços para permitir a continuação do comércio legítimo com o Irã". Os europeus, porém, alertam que os iranianos devem "implementar por completo os compromissos previstos no acordo, como tem feito até agora, e evitar tomar quaisquer medidas de agravo".

Ao mesmo tempo em que reiteraram o apoio ao acordo de 2015, os europeus disseram que não aceitarão intimidações por parte dos iranianos. "Rejeitamos quaisquer ultimatos por parte do Irã e avaliaremos o cumprimento [do pacto nuclear] com base no desempenho do Irã no que diz respeito aos compromissos assumidos".

Nesta quarta-feira, o presidente do Irã, Hassan Rohani, anunciou que o país vai parar de exportar o excedente de urânio e de água pesada, contrariando o que foi estipulado no acordo nuclear. O pacto eliminou sanções econômicas ao Irã em troca de limites no programa nuclear do país. Depois de Trump retirar os EUA do acordo, Washington impôs novamente várias sanções, o que afetou duramente a economia iraniana.

Rohani disse que o Irã quer negociar novos termos com os demais signatários do acordo e que a sua intenção é salvá-lo e não destruí-lo. "Se os cinco países se unirem às negociações e ajudarem o Irã a alcançar benefícios no campo petrolífero e bancário, o Irã retomará os compromissos assumidos no acordo nuclear", garantiu.

Nos termos do acordo, o Irã pode manter reservas que não podem exceder 300 quilos de urânio de baixo índice de enriquecimento, um valor bem abaixo dos 10 mil quilos de urânio altamente enriquecido que já teve, antes do acordo.

A pressão sobre o setor petrolífero iraniano aumentou no mês passado, quando Washington decidiu não renovar as isenções para a compra de petróleo cru iraniano por parte de outros países, incluindo grandes importadores, como China, Rússia e Turquia. Na última na sexta-feira, o Departamento de Estado dos EUA anunciou a imposição de novas sanções com o objetivo de restringir o programa nuclear iraniano.

Nesta quarta-feira, Trump, anunciou a imposição de uma nova leva de sanções que atingem os setores de ferro, aço, alumínio e cobre do país, que, segundo uma nota divulgada pela Casa Branca, representam 10% das exportações iranianas e são as maiores fontes de receitas derivadas das exportações depois dos produtos relacionados com o petróleo.

"A medida ataca as receitas do Irã por meio da exportação de metais industriais e avisa a outros países que não mais toleraremos que permitam a entrada em seus portos de aço e outros metais iranianos", declarou Trump no comunicado.

RC/rtr/ap/afp

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