Segurança

A Comissão Européia decidiu nesta semana colocar os assim chamados scanners corporais na lista de medidas de segurança permitidas nos aeroportos dos países-membros. Tais aparelhos são capazes de olhar através das roupas das pessoas e mostrar até mesmo sua roupa de baixo.

No entanto, nesta quinta-feira (23/10), o Parlamento Europeu aprovou resolução que exige maior esclarecimento da Comissão sobre as conseqüências da utilização dos aparelhos radioscópicos para a saúde e os direitos pessoais dos cidadãos.

"Pela porta dos fundos"

Por parte do Parlamento Europeu, surgiram vários protestos contra a autorização dos scanners que já são utilizados nos aeroportos de Amsterdã, Londres e Zurique, como também em aeroportos norte-americanos. Na quarta-feira, o alemão Manfred Weber, deputado europeu social-cristão, criticou a Comissão Européia por tentar introduzir sua pretensão "pela porta dos fundos".

No entanto, os deputados europeus não são, em princípio, contra o projeto, afirmou Weber. Se o passageiro tiver a chance de escolher entre o scanner corporal e o método da vistoria pessoal, que hoje é utilizado, então o projeto poderá ser aprovado, explicou o deputado social-cristão.

Para Wolfgang Kreissl-Dörfler, da bancada social-democrata no Parlamento Europeu, "no caso dos assim chamados scanners corporais, deve ser controlado urgentemente se o ganho de segurança justifica agressão tão pesada na esfera pessoal".

Kreissl-Dörfler acresceu ainda que "os scanners corporais geram através de ondas eletromagnéticas uma imagem em três dimensões que apresenta o passageiro sem roupa, mostrando inclusive seus órgãos genitais".

Facas cerâmicas ou explosivos plásticos

Através da nova técnica, tornam-se visíveis todos os objetos aderidos ao corpo do passageiro, como, por exemplo, facas cerâmicas ou explosivos plásticos – objetos muito difíceis de ser identificados pelos detectores de metal habituais.

Os deputados europeus acusaram a Comissão Européia de tratar o assunto de forma meramente técnica e de querer impor a utilização dos scanners corporais sem a aprovação do Parlamento Europeu.

Por sua vez, a Comissão Européia afirmou não querer impor o uso dos scanners corporais aos passageiros, deixando aos Estados-membros a possibilidade de usá-los ou não. A Comissão aceitou conceder aos deputados europeus uma rodada de consultas sobre o projeto para o 06/11 próximo.