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UE encerra pálida presidência britânica

Bernd Riegert (sv)27 de dezembro de 2005

A cada seis meses, o Conselho da União Européia é presidido por um novo país-membro. No próximo 31 de dezembro, o Reino Unido se despede de uma presidência pouco decisiva.

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Tony Blair: fim de uma presidência nada brilhanteFoto: AP

Ao assumir o Conselho da UE, no início do segundo semestre deste ano, o premiê Tony Blair ainda mantinha ares de otimismo. Ao fim dos seis meses, o entusiasmo se tornou bem menor.

Embora o acordo a respeito do orçamento do bloco tenha sido selado há pouco, há na união de 25 países tudo, menos coesão. Pelo menos Blair deve respirar aliviado, uma vez que a presidência britânica não se encerra com um fracasso total em relação ao planejamento financeiro.

Várias dificuldades

Dos males o menor, num ano em que a União Européia levou várias duchas de água fria, algumas delas inesperadas. Como o "não" da França e da Holanda à Constituição do bloco, por exemplo.

Tratando-se do orçamento, é certo que o Reino Unido tem uma boa parcela de culpa no cartório, devido à insistência de Londres em manter o desconto concedido ao país. No entanto, esta não foi a única razão pela qual 2005 pode ser considerado um ano difícil para a EU.

Sem solução à vista

Frankreich Referendum über die EU-Verfassung: Ja oder Nein?
O 'não' francês à Constituição da UEFoto: AP

A crise desencadeada pela rejeição dos franceses e holandeses à Constituição continua um problema sem solução. Depois dos referendos, o Conselho da UE simplesmente se retirou em seu casulo, deixando o tema, pelo menos por enquanto, de lado.

Embora não haja planos de modificar o teor da Constituição, não se cogitam novas consultas populares. Logo, um problema sem solução?

Pode-se acusar os britânicos de não terem se dedicado o suficiente à busca de uma saída para a questão. Tony Blair, afinal, quis se manter longe de qualquer discussão a respeito, com medo de eventuais controvérsias dentro de seu próprio país.

Poucos resultados concretos

Apesar de ter mencionado, ao assumir a presidência do Conselho da UE, suas intenções de implementar reformas estruturais, o premiê britânico se despede do posto sem qualquer resultado concreto.

A solução provisória encontrada para fechar a questão do orçamento só tende a cimentar uma situção mais que provisória. Pois uma reforma real da política de subvenção agrária de alguns países do bloco e dos critérios nada compreensíveis de concessão dos chamados "descontos" ainda parece um sonho longínquo.

A presidência britânica do Conselho da UE mostrou neste último semestre pelo menos a boa vontade em voltar os olhos para as preocupações sociais e econômicas que afligem aqueles que disseram "não" à Constituição.

Usufruir dos benefícios da globalização

A mensagem deixada após o encontro especial de cúpula em Hampton Court parece clara: a UE não deverá trilhar seus caminhos por medo da concorrência internacional, mas sim tentar beneficiar-se das vantagens da globalização.

A prova de fogo para tamanho otimismo será a regulamentação do mercado interno de prestação de serviços, que se manteve também praticamente emperrada sob a presidência britânica da UE.

Novos países-membros

Forum Artikelbild EU und Türkei
UE e Turquia: casamento complicado

Um dos sucessos propagados por Blair é a abertura das negociações para a entrada da Turquia na União Européia. Mesmo que seu otimismo ignore as preocupações de parte da população européia, que vê a ampliação do bloco com reservas. Pois as supostas vantagens estratégicas do ingresso da Turquia, defendidas por Blair, parecem duvidosas para muitos.

Depois que a entrada da Macedônia e da Croácia no bloco se tornarm cada vez mais prováveis, há vozes questionando o quanto a União Européia deveria ainda se expandir. Um debate extremamente necessário e colocado em pauta no encontro de cúpula da última semana.

O social-democrata austríaco Hannes Swoboda comparou assim o balanço dos últimos seis meses de EU sob a presidência do Reino Unido, num ano nada fácil: "Ainda não afastamos o iceberg do caminho do navio UE, mas a embarcação se movimenta e precisa tomar um rumo".

A presidência britânica do Conselho da UE se encerra no dia 31 de dezembro.