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Cúpula UE-Rússia

Agências (ca)9 de setembro de 2008

Apesar dos receios da União Européia (UE) de que a crise do Cáucaso se estenda para a Ucrânia, "tratado de associação" discutido em Paris entre UE e Kiev não prevê entrada do país no bloco europeu, mas faz concessões.

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José Manuel Barroso, Nicolas Sarkozy e Viktor Yushchenko se encontraram em ParisFoto: AP

Para evitar um efeito dominó da crise da Geórgia, a União Européia promoveu, nesta terça-feira (09/09) em Paris, um encontro de cúpula entre o presidente semestral da UE e chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, e seu colega ucraniano, Viktor Yushchenko. O presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, e o chefe da diplomacia européia, Javier Solana, também estavam presentes.

A cúpula, planejada inicialmente para a cidade de Evian, foi transferida para Paris devido a problemas de agenda de Sarkozy. Na capital francesa, deu-se continuidade às conversações sobre um tratado de associação entre Kiev e a UE.

A Ucrânia teme ser o próximo país a sentir o desejo de poder de Moscou. Apesar dos vários paralelos com a situação na Geórgia, seu atrito com a Rússia advém da península da Criméia, originalmente território russo, mas doada por Nikita Kruchov aos ucranianos em 1954. Na Rússia, aumentam as vozes que exigem a devolução.

Integração da Ucrânia no bloco europeu

Ukraine Präsident Viktor Juschtschenko droht mit Neuwahlen
Presidente Yushchenko considerou o encontro como históricoFoto: AP

As relações cada vez mais estremecidas entre Ucrânia e Rússia foram o principal tema da cúpula. Apesar da preocupação européia que os russos queiram aumentar sua influência para o oeste, as chances de admissão da Ucrânia na UE ainda são muito poucas.

Além da desaprovação popular a uma nova expansão da UE, a morosidade das reformas na Ucrânia e o receio de piorar sua relação com Moscou explicam a posição de alguns países da UE perante Kiev.

Principalmente os países do Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo), a Alemanha e a Itália se opõem à entrada da Ucrânia na UE. O Reino Unido, a Suécia, a Polônia, a República Tcheca e os países bálticos saudariam a integração da Ucrânia no bloco europeu. Estes países querem proteger a Ucrânia de uma eventual invasão russa. A União Européia continua a recusar o país como membro.

Após o encontro, Sarkozy declarou, no entanto, que a UE estaria disposta a uma cooperação mais próxima com a Ucrânia. Trata-se de um "tratado de associação" entre as duas partes. Países como a Alemanha saudaram o novo acordo, mas descartaram qualquer situação que levasse a uma adesão ao bloco.

História européia comum

Julia Timoschenko
Yulia Timochenko é acusada de alta traiçãoFoto: picture-alliance

O "tratado de associação e estabilidade", considerado o primeiro passo de admissão na UE, pouco tem a ver com o acordo UE-Ucrânia, onde está escrito enfaticamente que "não há nenhuma decisão preliminar sobre as futuras relações entre a UE e a Ucrânia". Por outro lado, países como o Reino Unido conseguiram impor algumas concessões a Kiev: a UE acentuou pela primeira vez que a Ucrânia seria "um Estado europeu" e que faria parte de uma história européia comum.

Com seus 47 milhões de habitantes, a Ucrânia obteve um status elevado na política de vizinhança da União Européia. Entre os benefícios, estão 500 milhões de euros de ajuda financeira para Kiev até 2010, facilidade de vistos de entrada para cidadãos ucranianos e o desejo de uma zona de comércio livre.

O presidente ucraniano considerou o encontro em Paris como uma "cúpula histórica". Os esforços da UE de reduzir as tensões estão sendo, no entanto, dificultados permanente crise governamental em Kiev. O presidente Yushchenko acusou a primeira-ministra Yulia Timochenko de alta traição por procurar o apoio russo para garantir a vitória nas próximas eleições presidenciais.