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PolíticaBelarus

UE dá luz verde para sanções contra Belarus

14 de agosto de 2020

Ministros europeus aprovam preparação de lista de autoridades do país que serão alvo da medida. União Europeia pretende aplicar punições contra responsáveis por violência policial nos protestos e por fraude eleitoral.

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Manifestante em Minsk segura cartaz com frase "pare com a repressão policial"
Protestos eclodiram em Belarus após eleiçõesFoto: picture-alliance/NurPhoto/B. Zawrzel

A União Europeia (UE) aprovou nesta sexta-feira (14/08) a aplicação de sanções contra Belarus e irá preparar uma lista com nome de autoridades do país que serão alvo da punição. A medida é uma resposta à sangrenta repressão a protestos que contestam o resultado da controversa eleição presidencial. 

A decisão foi tomada durante uma reunião dos 27 ministros do Exterior do bloco. Sanções deverão ser aplicadas contra os responsáveis pela violência policial contra manifestantes e pela fraude eleitoral, afirmou a ministra do Exterior da Suécia, Ann Linde.

Assim que a lista com o nome dos sancionados for concluída, os Estados-membros do bloco precisam aprová-la. Nenhum deles se opôs à proposta na reunião desta sexta-feira. Antes do encontro, líderes de diversos países europeus pediram ações contra o governo de Belarus, principalmente os vizinhos Polônia e Lituânia.

Os dois países e a Letônia afirmaram ainda estar prontos para mediar uma tentativa de resolver a crise causada pela eleição, que Bruxelas já disse não ter sido "justa nem livre". A Lituânia se ofereceu ainda para receber e tratar os manifestantes que ficaram feridos nos protestos.

Após o anúncio das sanções, a Rússia criticou a resposta da UE, alegando ser "uma tentativa clara de interferência externa com o objetivo de dividir a sociedade e desestabilizar a situação".

Diversos protestos eclodiram no país após o anúncio de que o líder de Belarus, Alexander Lukashenko, havia conquistado uma vitória esmagadora nas eleições presidenciais e se encaminhava para permanecer mais cinco anos no poder. Chamado de o "último ditador da Europa", Lukashenko comanda Belarus desde 1994. Opositores afirmam que o pleito não passou de uma eleição de fachada marcada por fraudes.

Os protestos estão sendo reprimidos com violência, e milhares de manifestantes foram presos. Entre os detidos estão cerca de 70 jornalistas. Muitos dos presos já foram libertados e denunciaram ter sido vítimas de maus-tratos durante a detenção. Alguns foram levados direto para o hospital após a soltura.

Novos protestos são esperados no fim de semana. A principal líder da oposição, Sviatlana Tsikhanouskaya, encorajou prefeitos de Belarus a organizarem manifestações pacíficas contra o resultado da eleição, enquanto pediu o fim da violência. Falando em um vídeo postado no Youtube nesta sexta-feira, ela também pediu ao povo bielorrusso que assine uma petição exigindo uma investigação oficial sobre fraude eleitoral e uma recontagem dos votos.

Tsikhanouskaya, principal candidata oposicionista à presidência do país, fugiu para a vizinha Lituânia na terça-feira após a eleição, temendo por sua segurança.

Lukashenko vem reivindicando a vitória no pleito de domingo. A comissão eleitoral do país, controlada por seu governo, deu vitória ao presidente. Segundo o resultado oficial, divulgado nesta sexta-feira, ele recebeu 80,1% dos votos, enquanto Tsikhanouskaya ficou com 10,1%.

A oposição, no entanto, afirma que o pleito foi marcado por fraudes sistemáticas e por perseguição aos opositores.

CN/dpa/apf/rtr

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