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UE diz que permanência do Reino Unido seria bem-vinda

16 de janeiro de 2018

Líderes europeus indicam que britânicos serão bem-recebidos se voltarem atrás na decisão de deixar o bloco, mas Theresa May reitera determinação de seguir adiante com separação.

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Juncker e Tusk em Bruxelas
Juncker e Tusk estão com os corações abertos para receber os britânicos de voltaFoto: DW/Iurii Sheiko

Em meio a um debate sobre a realização de um segundo referendo sobre o Brexit no Reino Unido, líderes da União Europeia (UE) sinalizaram nesta terça-feira (16/01) que as portas do bloco continuam abertas para os britânicos.

"A não ser que haja uma mudança de posição entre os nossos amigos britânicos, o Brexit se tornará uma realidade – com todas as suas consequências negativas – em março do ano que vem", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo. "Nós, aqui no continente, não mudamos de posição. Nossos corações ainda estão abertos para vocês."

Após o tuíte, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, apoiou uma possível permanência do Reino Unido na UE. "Ele [Tusk] disse que nossa porta ainda está aberta. Espero que isso seja ouvido em Londres."

O vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, também se manifestou nesse sentido. "Se em algum momento o Reino Unido começasse a repensar ou tomasse outra decisão, obviamente a União Europeia manteria a porta aberta", disse.

O novo chanceler federal austríaco, Sebastian Kurz, uniu-se aos líderes do bloco e afirmou estar contente com o fato de a oferta ter sido feita a Londres. Ele reiterou, porém, que a decisão cabe aos britânicos.

Pouco depois, a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que nada muda nos planos britânicos de deixar a União Europeia. "Fomos absolutamente claros. Os britânicos votaram pela saída da UE, e isso é o que vamos fazer", disse o porta-voz de May.

Advogados constitucionalistas se dividem quanto à possibilidade de Londres voltar atrás no processo de saída da UE, mas as declarações dos líderes europeus indicam haver, em Bruxelas, a percepção de que seria possível chegar a um consenso político para evitar o Brexit.

May e seu principal oponente, o trabalhista Jeremy Corbin, descartam a possibilidade de dar aos eleitores do país a chance de aprovar um futuro acordo para o Brexit a ser alcançado com Bruxelas antes de o país deixar o bloco, em março de 2019. No entanto, o assunto ressurgiu neste mês.

Nova fase de negociações

Em dezembro, a União Europeia deu aval ao início da segunda fase das negociações do Brexit. A partir de fevereiro serão discutidas as futuras relações entre a UE e o Reino Unido durante um período de transição de dois anos após o divórcio.

Os Estados-membros da UE estão discutindo os termos da separação antes do início da aguardada nova fase de negociações. Diplomatas afirmam que os debates vêm revelando uma posição firme entre os 27 países do bloco de que o Reino Unido devem se ater a compromissos com a UE durante o período de transição – entre eles o de continuar permitindo a livre-circulação de pessoas do bloco e o de continuar sujeito a tribunais europeus.

Após serem definidos os termos do período de transição pós-Brexit, as conversas sobre as relações futuras entre Londres e Bruxelas devem ter início em abril. Entre os pontos a serem discutidos está a possibilidade de um acordo comercial.

LPF/rtr/afp

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