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UE alerta para risco de retorno de jihadistas

Jefferson Chase
18 de outubro de 2016

Comissário de Segurança Julian King expressa preocupação com o retorno de combatentes europeus do "Estado Islâmico" que vierem a ser expulsos de Mossul. Mesmo se forem poucos, eles representam uma ameaça séria, afirma.

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Comissário europeu para a Segurança, Julian King, ao lado do ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière
Comissário europeu para a Segurança, Julian King, ao lado do ministro do Interior da Alemanha, Thomas de MaizièreFoto: picture-alliance/dpa/W. Kumm

Como parte de sua primeira visita à Alemanha depois de ter se tornado comissário europeu para a Segurança, em 19 de setembro, o britânico Julian King percorreu nesta terça-feira (18/10) as dependências do Centro Conjunto de Defesa contra o Terrorismo em Berlim. E terrorismo – particularmente a perspectiva de que combatentes da organização jihadista "Estado Islâmico" (EI) estejam retornando da Síria e do Iraque para a Europa – esteve no centro do encontro posterior com o ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière.

"Precisamos redobrar os nossos esforços para lidar com essa ameaça, e, em particular, temos de redobrar os nossos esforços para dissuadir as pessoas de apoiar o Daesh", disse King, usando o acrônimo árabe para o EI. "Precisamos redobrar o trabalho que estamos fazendo para reforçar os controles nas nossas fronteiras, incluindo cidadãos da UE."

Em entrevista ao jornal alemão Die Welt antes de seu encontro com De Maizière, King alertou que, se as tropas iraquianas retomarem o bastião jihadista de Mossul, combatentes extremistas europeus poderiam voltar e lançar ataques terroristas na Europa. King acrescentou que o número desses combatentes provavelmente é pequeno, mas que eles representam uma ameaça séria, para qual a Europa precisa estar preparada.

Ao Die Welt, King afirmou haver aproximadamente 2.500 pessoas oriundas da UE lutando pelo EI, embora no início deste ano o jornal inglês The Telegraph tenha publicado um número de cerca de 6 mil combatentes. Um estudo realizado pelo Centro Internacional de Combate ao Terrorismo em Haia, publicado em abril, especificou que o número de combatentes jihadistas da Alemanha é superior a 238.

De Maizière reconheceu que o "Estado Islâmico" tem ameaçado executar atentados no continente europeu, mas argumentou que a provável queda de Mossul não necessariamente elevará o grau de perigo. "Não vejo nenhuma ameaça adicional à Alemanha por causa dos combates por lá", afirmou.

Ameaças conhecidas e desconhecidas

O ministro alemão do Interior insistiu que a Alemanha tem leis para interceptar nas suas fronteiras qualquer combatente jihadista que esteja retornando. "É claro que sabemos quais pessoas saíram da Alemanha e que podem ter tido experiências de combate", afirmou. "É por isso que nós temos leis para impedi-los de viajar e para levá-los sob custódia quando retornam. E isso ocorre semanalmente."

Potenciais terroristas que chegam à Alemanha pela primeira e são desconhecidos para as autoridades de segurança representam um problema diferente. Mas De Maizière argumentou que a Alemanha está bem preparada, referindo-se também à prisão do suspeito de terrorismo Jaber al-Bakr, que chegou ao país como um refugiado da Síria.

"A boa cooperação entre as autoridades de segurança, tanto de forma internacional como nacional, faz com que seja possível reconhecer pessoas perigosas e impedi-las de atacar, como tem sido demonstrado de forma bem-sucedida na Alemanha recentemente", disse o ministro alemão.

Mas De Maizière se esquivou de responder se a batalha por Mossul poderá gerar uma nova onda migratória para a Alemanha, atrelada aos riscos inerentes de segurança.