O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está pressionando o seu vice, Mike Pence, a não certificar a votação do Colégio Eleitoral que deu vitória ao democrata Joe Biden nas eleições de novembro.
Cabe ao vice-presidente do país presidir a sessão conjunta do Congresso na qual os votos do Colégio Eleitoral são contados e, ao final, anunciar quem foi o vencedor. Trata-se de uma formalidade, na qual apenas os deputados e senadores podem apresentar objeções à apuração. A cerimônia para certificar a vitória de Biden será realizada no Congresso americano nesta quarta-feira (06/01), marcando o final do processo eleitoral.
Nos Estados Unidos, os eleitores não votam diretamente no presidente, mas em uma lista de delegados de cada estado, que depois se reúnem no Colégio Eleitoral e depositam seus votos para presidente — o que fizeram em 14 de dezembro. Agora, falta apenas o Congresso certificar esses votos e declarar o vencedor.
Pence, que foi o soldado mais leal a Trump nos últimos quatro anos, sempre apoiando o líder e evitando ser alvo de sua ira, agora está em um momento delicado do seu mandato, enquanto Trump segue tentando de várias formas reverter a vitória obtida por Biden em novembro.
Nos últimos dias, Pence se viu sob intensa pressão do presidente e muitos dos seus apoiadores, que querem que o vice-presidente use esse momento para tentar reverter o resultado expresso pelos eleitores em diversos estados onde a disputa foi mais acirrada.
Movimentação de Trump
"Eu espero que Mike Pence nos apoie, devo dizer a vocês", afirmou Trump em um comício na noite de segunda-feira (04/01) na Geórgia para os candidatos no segundo turno da disputa por duas vagas ao Senado. "Claro que, se ele não nos apoiar, não gostarei mais dele tanto assim", disse Trump, provocando risadas.
O presidente americano continuou a colocar pressão sobre o seu vice nesta terça-feira (05/01). Em um post no Twitter, disse que Pence "tem o poder para rejeitar eleitores [do Colégio Eleitoral] escolhidos por meio de fraude". A premissa é falsa. A Constituição americana não dá ao vice-presidente esse poder, e nada indica que os membros do Colégio Eleitoral foram eleitos por meio de fraude.
Mesmo assim, Pence passou diversas horas reunidos com o presidente, sua equipe e senadores antes da cerimônia desta quarta-feira. Seu gabinete se recusou a comentar seus planos, mas pessoas próximas ao vice-presidente ressaltaram o seu respeito às instituições e disseram que esperam que ele vá agir de acordo com a Constituição.
"Creio que ele irá tratar isso como um constitucionalista, e dizer 'Qual é o meu papel na Constituição como presidente do Senado?'", disse David McIntosh, presidente da organização conservadora Club for Growth e amigo de Pence. "O que ele fará é permitir que qualquer pessoa que tenha uma objeção seja ouvida, mas depois irá aderir ao que a maioria do Senado decidir".
Ambição eleitoral de Pence
Ao cumprir uma das poucas responsabilidades formais do vice-presidente, Pence também arrisca seu próprio futuro político. Ele quer disputar a Casa Branca em 2024, e pretender aproveitar seus anos de lealdade a Trump, que deverá será a figura mais poderosa entre os republicanos nos próximos anos, para ajudá-lo a se destacar entre diversos candidatos do seu partido.
Isso significa que ele precisa evitar irritar Trump e boa parte da base republicana, que comprou o discurso do presidente, baseado em afirmações falsas, de que que houve fraude generalizada nas eleições deste ano. Essa base também foi levada a crer que Pence teria o poder de reverter o resultado eleitoral, rejeitando os votos de estados como Geórgia, Michigan, Wisconsin e Pensilvânia, que deram vitória a Trump em 2016 e a Biden em 2020.
"Interrompa o roubo!", eleitores de Geórgia pediram a Pence em um comício para os candidatos ao Senado nesta segunda-feira, ao que o vice-presidente respondeu: "Sei que todos nós temos dúvidas sobre a última eleição. E quero garantir a vocês, eu compartilho das preocupações de milhões de americanos sobre irregularidades na votação. E eu prometo a vocês, nesta quarta-feira teremos nosso dia no Congresso. Vamos ouvir as objeções. Vamos ouvir as provas".
Na cerimônia desta quarta-feira, Pence presidirá uma sessão conjunta do Congresso. Seu papel é abrir os certificados dos votos de cada estado do Colégio Eleitoral e apresentá-los aos contadores de votos da Câmara e do Senado, em ordem alfabética. Ao final da contagem, cabe a Pence anunciar quem venceu.
Em 2017, coube a Biden, então vice-presidente de Barack Obama, dizer: "Acabou", após os votos para Trump e Pence terem sido contados.
Nos últimos dias, Trump tem feito esforços desesperados para tentar reverter a derrota. No domingo, a imprensa americana revelou que o presidente chegou a pressionar uma autoridade eleitoral do estado da Geórgia para que sua desvantagem de votos no estado fosse manipulada a seu favor. "Não há nada de errado em dizer, sabe, que você recalculou", disse Trump em um telefonema que foi gravado. Analistas americanos compararam a ação a uma tentativa de golpe para fraudar as eleições.
BL/ap
-
O mês de janeiro em imagens
Morre Larry King, lenda da TV americana
O apresentador americano Larry King morreu aos 87 anos em um hospital de Los Angeles. King, que comandou um programa de entrevistas por mais de 25 anos na emissora americana CNN, estava internado desde o início deste mês, devido complicações provocadas pela covid-19. Em uma carreira que se estendeu por mais de seis décadas, King realizou mais 50 mil entrevistas. (23/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Tratado de proibição de armas nucleares entra em vigor
O primeiro tratado para banir as armas nucleares entrou em vigor. O pacto internacional foi ratificado por 51 países, embora nenhum seja potência nuclear. A Alemanha, que hospeda ogivas nucleares americanas, também não assinou o documento. O Tratado da ONU sobre a Proibição de Armas Nucleares proíbe seus signatários de produzir, armazenar, vender e usar armas nucleares. (22/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Incêndio atinge fábrica de vacinas para covid-19 na Índia
Um incêndio de grandes proporções atingiu um prédio em construção no complexo do Instituto Serum, na Índia, maior produtor de vacinas do mundo. Ao menos cinco pessoas morreram. A produção de doses para covid-19 não foi afetada.Segundo o governo local, o incêndio teria começado devido a uma falha elétrica na obra. (21/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Biden toma posse como presidente dos EUA
O democrata Joe Biden foi empossado como o 46º presidente dos EUA numa cerimônia em frente ao Capitólio, em Washington. Kamala Harris também foi oficializada como a 49ª vice-presidente do país. "Aprendemos novamente que a democracia é preciosa, que a democracia é frágil, e esta é a hora em que a democracia prevaleceu", disse Biden na cerimônia que também marcou o fim da era Trump. (20/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Alemanha estende lockdown até 14 de fevereiro
A Alemanha decidiu estender até 14 de fevereiro o lockdown em vigor no país e que deveria terminar no fim de janeiro. O governo anunciou ainda novas restrições com o objetivo de conter o avanço da pandemia de covid-19.Uma medida adicional é o uso obrigatório de máscaras cirúrgicas no transporte público e em estabelecimentos comerciais. Escolas deverão reabrir apenas em 15 de fevereiro. (19/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Economia da China cresce 2,3% em 2020
Apesar da pandemia de covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 2,3% em 2020 em comparação com o ano anterior. O crescimento, no entanto, é o menor registrado em mais de quatro décadas, desde que o país comunista começou a implementar grandes reformas econômicas nos anos 1970. País deve ser o único entre as grandes economias a crescer no ano passado. (18/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Anvisa aprova vacinas
A Anvisa aprovou o uso emergencial de duas vacinas contra a covid-19: a Coronavac, do Instituto Butantan e da Sinovac, e a da AstraZeneca-Universidade de Oxford. Minutos depois, uma enfermeira de São Paulo, Monica Calazans (foto), de 54 anos, se tornou a primeira pessoa a receber a vacina no país. Do grupo de risco por ser obesa, hipertensa e diabética, ela trabalha em UTI de hospital. (17/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Partido de Merkel elege novo líder
Numa votação observada com suspense na Alemanha, o partido de Angela Merkel, União Democrata Cristã (CDU), escolheu o governador do estado da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, como seu novo presidente. Com 521 votos no segundo turno, ele superou por 55 votos o concorrente Friedrich Merz, ex-chefe da bancada da CDU no Bundestag. Eleição pode definir futuro chefe de governo alemão. (16/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Governo da Holanda renuncia
O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, anunciou a renúncia de seu governo, assumindo a responsabilidade por um escândalo em que milhares de famílias – muitas de origem estrangeira – foram falsamente acusadas de fraude no recebimento de benefícios sociais e injustamente obrigadas a pagar milhares de euro cada. Rutte (na foto) foi de bicicleta ao palácio do rei apresentar sua renúncia. (15/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Francisco e Bento 16 são vacinados
O papa Francisco, de 84 anos, e o papa emérito Bento 16, de 93, receberam a primeira dose da vacina da Pfizer-Biontech contra a covid-19, informou o Vaticano. Ambos estão na lista de prioridades, que inclui os idosos e profissionais da saúde e segurança do Vaticano, e receberão a segunda dose em três semanas. A campanha de vacinação na cidade-Estado teve início um dia antes. (14/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Câmara dos EUA aprova novo impeachment de Trump
A Câmara dos Estados Unidos aprovou a abertura de um novo processo de impeachment contra o presidente Donald Trump. Desta vez, ele é acusado de "incitação a insurreição", em relação à invasão do Capitólio por seus apoiadores. Foram 232 votos a 197. Todos os democratas votaram a favor, e a maioria dos republicanos votou contra, mas ocorreram dez dissidências entre os deputados do partido. (13/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Coronavac tem eficácia divulgada
Após questionamentos da comunidade científica, o Instituto Butantan divulgou a taxa de eficácia geral da vacina contra a covid-19 Coronavac, desenvolvida em parceria com a chinesa Sinovac. O imunizante teve eficácia global de 50,38% nos testes realizados no Brasil. A taxa indica a capacidade da vacina de proteger contra todos os casos da doença, sejam leves, moderados ou graves. (12/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Democratas apresentam pedido de impeachment contra Trump
A menos de dez dias do fim do mandato do presidente Donald Trump, a oposição democrata na Câmara dos Representantes iniciou os trâmites para um processo de impeachment contra o republicano. O partido apresentou formalmente uma acusação contra Trump por "incitação a uma insurreição", em referência à invasão do Capitólio. (11/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Japão identifica nova variante vinda do Brasil
O Japão anunciou que detectou uma nova variante do coronavírus em quatro viajantes que vieram do Brasil. Os passageiros estavam no Amazonas e desembarcaram em Tóquio em 2 de janeiro. Autoridades disseram que a nova cepa é diferente das que foram identificadas no Reino Unido e na África do Sul, mas ainda não há evidências de que ela seja também mais infecciosa. (10/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Forte nevasca paralisa parte da Espanha
Uma forte nevasca deixou parte da Espanha paralisada e já causou ao menos quatro mortes. A capital, Madri, foi particularmente atingida, com várias ruas bloqueadas e o aeroporto fechado. "Estamos perante a tempestade mais intensa dos últimos 50 anos", afirmou o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska. O país declarou alerta vermelho em cinco regiões. (09/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Ano de 2020 iguala recorde de temperatura de 2016
Apesar dos lockdowns globais, o ano de 2020 foi o mais quente já registrado no mundo, assim como 2016, finalizando uma década de temperaturas recordes que evidenciam a urgência de atuação contra o aquecimento global, afirmou o Copernicus, serviço da União Europeia de monitoramento das mudanças climáticas. O aumento médio da temperatura global foi de 1,25 ºC em relação à era pré-industrial. (08/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Brasil supera marca de 200 mil mortes por covid-19
Pouco menos de dez meses depois de registrar oficialmente sua primeira morte por covid-19, o Brasil ultrapassou na quinta-feira a marca de 200 mil óbitos pela doença. Foram mais 1.524 mortes registradas em 24 horas, elevando o total para 200.498. No mesmo dia, o país se aproximou da marca de 8 milhões de casos, com o registro de 87.843 novas infecções, um novo recorde diário. (07/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Apoiadores de Trump invadem Congresso dos EUA
Apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, invadiram o Capitólio durante a sessão que certificaria a vitória de Joe Biden nas eleições de novembro, forçando a saída abrupta de parlamentares e a interrupção da cerimônia. Uma mulher teria morrido durante a invasão. Serviços de segurança federais foram acionados para remover os invasores e o prédio foi esvaziado no mesmo dia. (06/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Alemanha prorroga lockdown até fim de janeiro
A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, anunciou que o lockdown em vigor desde 16 de dezembro no país será estendido até o fim de janeiro. Inicialmente, o plano era que a medida chegasse ao fim em 10 de janeiro. O confinamento ficou mais severo, com a imposição de novas restrições para movimento interno e de reuniões, com o objetivo de conter o avanço da pandemia de covid-19. (05/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Justiça britânica rejeita extradição de Assange
Um tribunal em Londres decidiu que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, não deve ser extraditado para os Estados Unidos, onde ele enfrenta acusações de violação de uma lei de espionagem e conspiração para obter documentos secretos. A juíza Vanessa Baraitser afirmou que não extraditaria Assange por haver um risco real de que ele poderia cometer suicídio. (04/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Casos de covid-19 passam de 20 milhões nos EUA
Os Estados Unidos ultrapassaram a marca de 20 milhões de infecções pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, com 24% do total registrado em todo o mundo. Metade desses casos foram contabilizados a partir de novembro, o que indica um ressurgimento drástico da pandemia no país mais afetado pela doença e que encerrou 2020 com recordes de mortes e internações. (02/01)
-
O mês de janeiro em imagens
Adeus, União Europeia!
Populares celebram a virada de ano perto do prédio do Parlamento britânico, em Londres. O início de 2021 marca a ruptura definitiva do Reino Unido com a UE, mais de quatro anos após os britânicos votarem pelo Brexit. O país já deixara o bloco em janeiro de 2020. Mas agora chega ao fim do período de transição, marcando a saída britânica do mercado comum e da união aduaneira. (01/01)