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Trump pediu para FBI parar de investigar Flynn, diz jornal

17 de maio de 2017

Com base em fontes do governo, "New York Times" menciona memorando em que James Comey, ex-diretor do FBI, descreve solicitação do presidente americano. Ex-conselheiro da Casa Branca é investigado por ligações com Moscou.

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Trump e o ex-diretor do FBI, James Comey, demitido do cargo na semana passada
Trump e o ex-diretor do FBI, James Comey, demitido do cargo há uma semanaFoto: Getty Images/A. Harrer

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu em fevereiro ao então diretor do FBI, James Comey, que encerrasse uma investigação sobre o ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Michael Flynn, disse nesta terça-feira (16/05) o jornal americano The New York Times.

O pedido teria sido feito durante uma reunião no Salão Oval um dia após a renúncia de Flynn. "Ele é um bom sujeito. Espero que você deixe isso para lá", teria dito o presidente a Comey.

Segundo o jornal, o ex-diretor do FBI, demitido na semana passada, descreveu a conversa que teve com Trump num memorando redigido imediatamente após a reunião. A reportagem do NYT diz não ter visto o documento, mas obteve informações com funcionários do governo que o leram.

De acordo com o memorando, Trump ainda argumentou a Comey que Flynn não fez nada de errado. O jornal escreve que o então diretor do FBI, por sua vez, não deu uma resposta ao presidente sobre o fim da investigação, tendo apenas respondido: "Eu concordo que ele é um bom sujeito".

Caso seja confirmada a existência do memorando, essa seria a mais clara evidência de que Trump tentou interferir diretamente nas investigações do FBI e do Departamento de Justiça sobre possíveis ligações entre membros da equipe do presidente e o governo russo durante as eleições de 2016.

Flynn renunciou ao cargo de conselheiro de Segurança Nacional de Trump em 13 de fevereiro, após admitir ter mentido para o vice-presidente Mike Pence e outras autoridades do país sobre o conteúdo de conversas telefônicas que manteve com o embaixador russo Serguei Kislyak.

No fim de dezembro, antes da posse do governo republicano, Flynn teria discutido com Kislyak sobre as sanções impostas pelo então presidente Barack Obama contra Moscou em reação a uma possível interferência russa nas eleições presidenciais americanas do ano passado.

Apesar da suposta conversa entre Trump e Comey, as investigações federais envolvendo Flynn tiveram continuidade. Comey conduzia essas apurações, que focam na suposta ingerência russa e no elo entre a campanha de Trump e o governo em Moscou, antes de ser demitido em 9 de maio.

Nesta terça-feira, a Casa Branca negou a veracidade dos fatos expostos no memorando de Comey. "Embora o presidente tenha repetidamente expressado a opinião de que o general Flynn é um homem decente que serviu e protegeu nosso país, o presidente nunca pediu ao senhor Comey ou a qualquer outra pessoa que encerrasse a investigação envolvendo o general Flynn", afirma o governo.

"O presidente tem o maior respeito pelas agências que trabalham para a aplicação da lei e por todas suas investigações. Esse não é um retrato verdadeiro da conversa entre o presidente e o senhor Comey", acrescenta a Casa Branca em comunicado.

EK/afp/ap/efe/rtr/ots