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SaúdeHong Kong

Três doses da Coronavac geram baixa proteção contra ômicron

23 de dezembro de 2021

Pesquisa de universidades de Hong Kong aponta que imunizante da Pfizer é mais eficaz como reforço em pessoas que receberam duas doses da vacina chinesa.

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Mão com luva branca segura uma ampola da vacina.
Foto: Risa Krisadhi/ZUMAPRESS/picture alliance

Um estudo divulgado nesta quinta-feira (23/12) por pesquisadores de Hong Kong aponta que três doses da vacina Coronavac, da farmacêutica chinesa Sinovac, não produzem níveis adequados de anticorpos para combater a variante ômicron do coronavírus.

De acordo com a análise, três doses da Pfizer-BioNTech ou um reforço dela após duas doses da Coronavac produzem maiores níveis de proteção contra a variante. Hong Kong tem usado as duas vacinas em sua campanha. 

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Hong Kong e da Universidade Chinesa de Hong Kong, e financiado pelo Fundo de Pesquisa Médica e de Saúde e pelo governo de Hong Kong.

Não foi informado quantas amostras foram usadas na análise. A Sinovac não respondeu a um pedido de comentário.

A Pfizer e a parceira alemã BioNTech já haviam informado que três doses de sua vacina se mostraram capazes, em laboratório, de neutralizar a variante ômicron.

Na China, a Coronavac e o imunizante da também chinesa Sinopharm são os principais usados na campanha de vacinação e também os mais exportados.

Coronavac no Brasil

No Brasil, a Coronavac é produzida em parceria com o Instituto Butantan e foi fundamental para o início da imunização no país, quando ainda havia escassez de vacinas. Alguns estados e municípios vêm utilizando o imunizante também como dose de reforço.

No final de novembro, o Butantan informou que a Coronavac correspondia a cerca de 35% do total de doses aplicadas no país.

Em simpósio do Instituto Butantan no começo do mês, o cientista Xiangxi Wang, pesquisador do Laboratório de Infecção e Imunidade do Instituto de Biofísica da Academia Chinesa de Ciências, afirmou que três doses da Coronavac aumentam em cerca de 20 vezes o nível de anticorpos neutralizantes. Segundo ele, isso seria capaz de combater a infecção por todas as linhagens, incluindo a variante ômicron.

Menos hospitalizações

Dois estudos do Reino Unido sugerem que as infecções com a variante ômicron têm menos probabilidade de resultar em hospitalização, comparadas com a variante delta.

No entanto, especialistas alertam contra o excesso de otimismo, devido ao alto índice de infecções. Qualquer vantagem teórica nos resultados ainda pode ser revertida pelo caráter altamente infeccioso da nova cepa, que se dissemina muito mais rápido do que a delta. O número absoluto de infecções ainda pode sobrecarregar hospitais.

le/ek (Reuters, ots)