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Terroristas matam padre em igreja na Normandia

26 de julho de 2016

Dois homens armados com facas fazem reféns e degolam padre no norte da França, antes de serem mortos pela polícia. Hollande afirma que agressores declararam lealdade ao "Estado Islâmico", que reivindica ataque.

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Frankreich Geiselnahme in Saint-Étienne-du-Rouvray
Foto: Getty Images/AFP/C. Triballeau

Padre é degolado por terroristas no norte da França

Dois homens armados com facas invadiram uma igreja nesta terça-feira (26/07) no norte da França e fizeram cinco reféns durante cerca de 40 minutos. Antes de serem mortos pela polícia, eles cortaram a garganta de um padre de 86 anos e feriram gravemente outro refém, que corre risco de vida.

O incidente aconteceu em Saint-Étienne-du-Rouvray, na região da Normandia, norte da França. Imagens da TV mostraram que a polícia bloqueou rodovias de acesso à igreja, e paramédicos foram vistos puxando macas de ambulâncias. Além do padre, entre os reféns estavam duas freiras e dois fiéis.

O ataque aconteceu durante uma missa matinal. Uma freira que conseguiu fugir alertou as autoridades, que rodearam a igreja com agentes do corpo de elite da Brigada de Investigação e Intervenção (BRI) da Polícia.

Karte Frankreich Saint Étienne du Rouvray Englisch
Localização de Saint-Étienne-du-Rouvray (mapa em inglês)Foto: DW

A religiosa contou mais tarde que os agressores obrigaram o padre a ficar de joelhos antes de matá-lo. "Eles forçaram-no a se ajoelhar, e ele tentou se defender. Foi quando a tragédia aconteceu", relatou a freira Danielle à rádio RMC. "Eles se filmavam. Parecia um sermão em árabe ao redor do altar."

Os agressores foram mortos quando saíram para o átrio da igreja. Segundo fontes policiais citadas pelo jornal Le Figaro, um deles tinha barba grande e trajava um gorro de oração muçulmano.

A vítima, o padre Jacques Hamel, de 86 anos, nascido na cidade de Darnétal, perto de Rouen, serviu à Igreja Católica durante quase 60 anos, segundo a revista cristã francesa La Vie. Aos 75 anos, ele teria se recusado a se aposentar porque queria "permanecer no serviço comunitário", disse a publicação.

EI reivindica ataque

A cidade de Saint-Etienne-du-Rouvray fica perto de Rouen, onde nasceu o presidente francês François Hollande. Ao lado do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, ele se dirigiu ao local.

Hollande classificou o incidente de ataque terrorista e afirmou que os dois agressores disseram pertencer ao "Daesh", nome em árabe do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI).

Em comunicado divulgado por meio da agência do EI, Amaq, o grupo reivindicou o ataque na Normandia, que teria sido perpetrado por dois de seus "soldados".

A identidade de um dos terroristas foi divulgada na noite desta terça-feira pelo promotor francês François Molins. Adel K., um jovem de 19 anos nascido na França, já tinha passagem pela polícia por suspeita de ligação com o terrorismo islâmico.

Segundo Molins, ele foi detido duas vezes ao tentar viajar para a Síria: uma vez na Alemanha, em março de 2015, e dois meses depois na Turquia. Atualmente, o agressor estava sob prisão domiciliar e usava uma tornozeleira eletrônica. A polícia ainda tenta identificar o segundo terrorista.

Hollande afirmou que se trata de mais um sinal de que a França está em guerra contra o EI, que reivindicou uma série de ataques no país. "Precisamos liderar essa guerra com todos os nossos meios", declarou. Hollande manifestou solidariedade a todas as igrejas católicas do país e disse que o ataque tem como alvo "todos os franceses".

O primeiro-ministro Manuel Valls expressou em uma primeira reação através do Twitter seu "horror" contra o "bárbaro ataque" na igreja, que "fere todos os franceses". O papa Francisco expressou "dor e horror" pela "violência absurda".

"Estamos particularmente sentidos por essa violência horrível, esse brutal assassinato de um padre, que ocorreu em uma igreja, um local sagrado em que se anuncia o amor de Deus", disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

O incidente é o mais recente em uma série de ataques na Europa. Na França, acontece 12 dias após um tunisiano matar 84 pessoas com um caminhão em Nice, em atentado reivindicado pelo "Estado Islâmico". O país está em estado de alerta máximo.

RPR/EK/rtr/ap/ots