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Terceiro lugar é grande incógnita da eleição alemã

Nicole Goebel pv
31 de agosto de 2017

Pesquisas indicam disputa acirrada entre liberais, populistas da AfD, Partido Verde e A Esquerda, que participaram de um debate televisivo sem os grandes CDU e SPD.

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Moderador Claus Strunz, Katja Kipping (A Esquerda), Göring-Eckardt (Verdes), Alice Weidel (AfD) e Christian Lindner (FDP)Foto: picture-alliance/dpa/SAT.1/Richard Hübner

Representantes de quatro partidos alemães – A Esquerda, Partido Verde, Alternativa para a Alemanha (AfD) e Partido Liberal Democrático (FDP) – participaram de um debate televisivo nesta quarta-feira (30/08), na tentativa de angariar eleitores e conquistar ao menos o terceiro lugar na eleição de 24 de setembro, já que os dois primeiros parecem estar garantidos.

Pesquisas recentes apontam uma disputa acirrada, com todos os quatro partidos obtendo entre 8% e 10% das intenções de voto. Os populistas de direita da AfD aparecem levemente na frente, com 10%.

Leia a cobertura completa sobre a eleição na Alemanha em 2017

Com as duas principais legendas do país – a União Democrata Cristã (CDU) e o Partido Social-Democrata (SPD) – formando a coalizão de governo e com suas posições políticas cada vez mais semelhantes, as atenções se voltam para os partidos menores, que podem agitar o cenário político, ser determinante para formar uma coalizão ou até participar de uma coalizão tripartite, que seria inédita no âmbito federal.

Antes do debate, os telespectadores podiam votar sobre quais tópicos seriam discutidos. Confira o que dominou a discussão.

Eleitor alemão tem dois votos

Imigração e refugiados

Previsivelmente, a colíder da AfD, Alice Weidel, acusou os refugiados de terem piorado a segurança no país. Weidel afirmou que apenas 0,5% deles têm de fato direito a receber refúgio e reiterou que a AfD é favorável a controles de fronteira mais rigorosos.

Já a colíder do Partido Verde, Katrin Göring-Eckardt, quer manter as fronteiras abertas. Ela ressaltou que cresceu na antiga Alemanha Oriental, onde as pessoas sabiam como é viver cercadas. Göring-Eckardt também enfatizou que a radicalização islâmica frequentemente ocorre na própria Alemanha e que não necessariamente atinge migrantes que vieram ao país nos últimos anos.

A colíder de A Esquerda, Katja Kipping, também se mostrou favorável à concessão de refúgio aos necessitados. Seu partido exige também a suspensão das deportações de afegãos por considerar o Afeganistão um país inseguro.

E o candidato liberal e presidente do FDP, Christian Lindner, reiterou uma das principais demandas dos liberais: uma lei de imigração semelhante à do Canadá. Dessa forma, a Alemanha pode decidir quem é necessário para aumentar ou melhorar a força de trabalho e combater a escassez de profissionais qualificados.

Segurança

Os quatro partidos exigem mais policiais para combater o terrorismo, entre outros pontos. O FDP defende que pessoas identificadas como potenciais ameaças à segurança nacional sejam colocadas sob constante vigilância, além de exigir o aumento do efetivo em 15 mil policiais.

A Esquerda e o Partido Verde pedem melhores salários para as forças de segurança, especialmente às fileiras inferiores da força policial. E a AfD quer que os policiais levem câmeras presas ao corpo, as chamadas body cameras, e elevar o uso de análises de DNA.

Emprego e salários

A Esquerda demanda um salário mínimo de 12 euros por hora de trabalho e o fim de contratos de curto prazo, além de um valor mínimo de 1.050 euros de aposentadoria mensal. Já o FDP defendeu que se facilite a aquisição de uma casa própria como forma de evitar a pobreza na velhice.

Fiel às suas raízes, Lindner exigiu a redução dos impostos. A AfD também defendeu a diminuição das taxações e, além disso, do trabalho temporário.

Por fim, o Partido Verde rejeitou a política de casa própria do FDP, apontando que muitas pessoas nunca poderiam economizar o suficiente para adquirir um imóvel. Os ambientalistas também defenderam um aumento do salário mínimo, que atualmente é de 8,84 euros por hora.