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SP planeja lançar revacinação anual contra covid em janeiro

19 de julho de 2021

Novo ciclo de vacinação deve começar em 17 de janeiro, data do aniversário da aplicação da primeira dose em São Paulo. Secretário afirma que plano vai ser executado nos mesmos moldes da vacinação anual contra gripe.

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Ao lado do governador João Doria, a enfermeira Mônica Calazans é vacinada contra a covid-19, em foto de 17 de janeiro de 2021, quando ela se tornou a primeira brasileira vacinada na atual campanha de imunização
Em 17 de janeiro de 2021, a enfermeira Mônica Calazans se tornou a primeira brasileira vacinada na atual campanha de imunizaçãoFoto: Marcelo Chello/Zuma/dpa/picture alliance

O governo de São Paulo pretende iniciar um novo ciclo de vacinação contra a covid-19 em janeiro de 2021, um ano após o início da atual campanha de imunização. A informação foi divulgada pelo secretário de Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, nesta segunda-feira (19/07). Segundo o secretário, o novo ciclo vai ter início em 17 de janeiro e o planejamento vai seguir o modelo da vacinação anual contra a gripe.

"Assim como nós fazemos em relação à gripe, essa nova fase de imunização contra a covid irá se iniciar no dia 17 de janeiro do ano que vem", disse Gorinchteyn. A data coincide com o aniversário da aplicação da primeira dose contra a covid-19. Em 17 de janeiro de 2021, a enfermeira Mônica Calazans foi vacinada numa cerimônia em São Paulo, na presença do governador João Doria (PSDB).

Gorinchteyn evitou falar em dose de reforço, e preferiu falar em revacinação anual.

"Isto não é um reforço. Isto é uma necessidade que nós temos de estar sempre, anualmente, fazendo uma proteção. Nós chamamos de reforço vacinal quando eu uso uma terceira ou quarta dose. Nós estamos seguindo a prerrogativa das vacinas para vírus respiratórios como da gripe, que anualmente recebem uma imunização", disse.

No entanto, esse novo ciclo ainda não está previsto no Plano Nacional de Imunização (PNI) do governo federal. Ainda assim, Gorinchteyn afirmou que a expectativa é que a ideia seja adotada em todo o país e venha a contar com o apoio tanto do Ministério da Saúde quanto do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Na hipótese de o governo federal não apoiar o plano, Gorinchteyn afirma que São Paulo deve executar o novo ciclo por conta própria.

O plano paulista é baseado no entendimento de que a covid-19 deve se tornar uma doença endêmica, como ocorre com a  gripe, que conta com a aplicação de vacinas todos os anos.

Após o anúncio do governo paulista, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mostrou contrariedade, afirmando que não achava apropriado antecipar o debate de uma revacinação ou aplicação de uma dose de reforço sem o país ainda ter aplicado uma primeira dose em toda a população.

"Nós não conseguimos avançar ainda em 100% da população com a primeira dose da vacina. Qual é a evidência científica disponível que nós devamos já começar a falar numa terceira dose? Isso só leva mais insegurança à população. 'Ah, vou precisar tomar uma terceira dose agora'. Então quando nós dissermos isso à população é necessário que nós tenhamos uma evidência científica sólida, inclusive como nós devemos fazer", afirmou Queiroga.

Na semana passada, o governador João Doria já havia falado sobre revacinar a população contra a covid-19. "O que mencionei é aquilo que eu aprendi com os médicos infectologistas e epidemiologistas, que a partir de agora todos os anos teremos que nos vacinar contra a covid-19, assim como nos vacinamos contra a gripe", disse Doria na última quarta-feira. No momento, Doria segue em isolamento, após ser diagnosticado com covid-19 pela segunda vez.

Coronavac

Já a fala de Gorinchteyn nesta segunda-feira ocorreu durante a entrega de mais 1 milhão de doses de Coronavac ao Ministério da Saúde. Essa foi a quinta entrega que o Instituto Butantan, ligado ao governo paulista, fez ao PNI somente neste mês. Desde o início do ano, o Butantan já enviou cerca de 54,1 milhões de doses de Coronavac, que foi desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac.

Até o final de agosto, o governo paulista pretende entregar todos os 100 milhões de doses encomendadas pelo Ministério da Saúde, antecipando em um mês o prazo, originalmente previsto para 30 de setembro.

A vacina promovida pelo governo paulista foi inicialmente rejeitada pelo governo Bolsonaro – o presidente ainda continua a atacá-la –, mas nos primeiros meses de aplicação foi a espinha dorsal do PNI, chegando a responder por até 80% das vacinas aplicadas.

Mesmo com a chegada de outras vacinas, a Coronavac ainda responde por 39% dos 117 milhões de doses aplicadas no país. O Butantan ainda trabalha na produção de uma vacina própria contra a covid-19, a Butanvac.

jps (ots)