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Superterça pode selar candidaturas de Trump e Clinton

Michael Knigge (as)29 de fevereiro de 2016

Se pesquisas se confirmarem e os dois pré-candidatos, dos republicanos e dos democratas, saírem com ampla vantagem das disputas em 12 estados e um território, a indicação deles pode ser quase inevitável.

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Hillary Clinton e Donald Trump são atuais líderes na corrida à Casa BrancaFoto: Getty Images/J.Raedle/picture-alliance/dpa/D.Van Tine

Se as primárias iniciais foram a entrada, a Superterça é o prato principal. Com a participação de 12 estados e um território (Samoa americana), esta terça-feira (01/03) será o maior dia de votação na corrida para a indicação.

Nas primeiras quatro primárias e caucuses dos democratas havia 186 delegados em disputa, um número modesto perto dos 880 delegados disponíveis na Superterça – isso é mais de um terço dos delegados democratas necessários para alcançar a indicação.

No lado republicano, o número em disputa é ainda maior. Nas primárias e caucuses anteriores era possível assegurar 133 delegados, bem menos do que os 595 desta terça, ou quase a metade dos votos necessários para ganhar a indicação.

Esse cenário significa que, se os atuais líderes da disputa, Donald Trump e Hillary Clinton, obtiverem grandes vitórias ou até mesmo conquistarem estados inteiros, como a maioria das pesquisas prevê, a disputa pela indicação pode estar encerrada na quarta-feira, tanto para os democratas como para os republicanos.

Para ser exato, no caso de Trump, a divisão proporcional de delegados entre uma base republicana comparativamente ampla o impede de selar completamente sua indicação e deixa em aberto uma pequena possibilidade de que os concorrentes, os senadores Marco Rubio e Ted Cruz, ainda possam reverter a situação.

"Mas vai ser extremamente difícil se considerarmos os resultados que ele acumulou e a situação que seria gerada", afirma o analista Julian Zelizer, da Universidade de Princeton. "Os apoiadores dos outros dois seriam desmoralizados."

Sanders sob pressão

Já a corrida entre Clinton e Bernie Sanders pode estar encerrada depois da Superterça. "Tem de haver uma mudança realmente drástica para que Sanders faça um progresso real", avalia a especialista Stella Rouse, diretora do Centro para Política e Cidadania Americana da Universidade de Maryland.

O especialista Matthew Wilson, da Universidade Metodista do Sul, em Dallas, aposta na vitória de Clinton. "Meu prognóstico é de que ela já costurou as coisas do lado democrata, habilidosamente vencendo todos os estados do sul com a força do apoio afroamericano", observa.

Wilson acrescenta que Sanders não conseguiu mostrar que consegue angariar apoio significativo entre os eleitores negros. "No Partido Democrático de hoje, você não consegue vencer sem os afro-americanos do seu lado."

Assim, a Superterça pode ser a última chance para Sanders parar Clinton na sua marcha para a vitória dentro do partido. "Se Bernie não conseguir obter um número sólido de vitórias para elevar seu número de delegados, acho que essa campanha estará na reta final", afirmou Zelizer.

Apelo nacional

Vitórias convicentes de Trump e Clinton não somente elevariam a percepção de que suas indicações são inevitáveis como também dariam a eles o direito de reclamar vitória em nível nacional.

Como a composição dos 13 estados que votam nesta Superterça é bem variada – regiões diferentes do país, com composições raciais, religiosas e econômicas bem diversas – "isso permitiria a um vencedor por larga margem reivindicar um amplo mandato nacional dentro do seu partido", diz Wilson.

Mas mesmo que Trump e Clinton conquistem vitórias convincentes, isso não significa que a corrida presidencial corra o risco de ficar chata.

Isso porque mesmo que Clinton vença a disputa interna, isso não significa que ela conseguirá repetir essa vitória na eleição presidencial. Para determinar a viabilidade da candidatura dela – não contra um autodeclarado socialista, mas numa eleição geral – é necessário prestar atenção a como ela se sai com os eleitores brancos. "Se ela perde permanentemente eleitores brancos para Sanders, como aconteceu em todos os estados até aqui, isso pode indicar problemas no caminho para a eleição geral", disse Wilson.

Já do lado republicano, tanto Cruz como Rubio precisam convencer apoiadores de que eles ainda têm uma chance de parar Trump. "Isso significa que Cruz precisa vencer no Texas e ir bem em outros estados", afirma Rouse. "O caminho de Rubio é bem menos evidente. Ele não é o favorito em nenhum estado da Superterça e não é o favorito nem mesmo no seu estado, a Flórida, no dia 15 de março."